Agronegócio

Ferrugem asiática ataca lavouras de soja no estado

De acordo com informações do Consórcio Antiferrugem, a doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi identificada no mês de janeiro deste ano em plantações nos municípios de Riachão e Fortaleza dos Nogueiras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Folha de soja totalmente tomada pela ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi (ferrugem)

Ainda que seja em número menor do que ano passado, a atual safra de soja (2018/2019) está sendo atingida pela ferrugem asiática. Segundo dados do Consorcio Antiferrugem, rede que conta com aproximadamente 100 laboratórios cadastrados em todo o Brasil, até ontem foram contabilizadas 284 ocorrências da ferrugem em regiões produtoras da oleaginosa, incluindo lavouras no Maranhão, com dois casos.
No caso do Maranhão, a doen­ça, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi identificada no mês de janeiro deste ano, em lavouras de soja nos municípios de Riachão (na fase de pleno enchimento das vagens – R6) e Fortaleza dos Nogueiras (no início de enchimento das sementes – R5). Os dois casos foram confirmados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Soja e correspondem a lavouras que foram plantadas em outubro do ano passado.
Na safra passada (2017/2018), o Consórcio Antiferrugem registrou a ocorrência da doença, que ataca as lavouras de soja, também em duas regiões produtoras no Maranhão: Fortaleza dos Nogueiras e Balsas. Já na safra de 2016/2017, houve o dobro de casos, atingindo lavouras também em Fortaleza dos Nogueiras e Balsas e ainda em Alto Parnaíba e Fortaleza dos Nogueiras.
Além do Maranhão, na atual safra foram identificadas ocorrência da ferrugem asiática nos estados do Rio Grande do Sul (maior número de casos: 98), Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, totalizando 284 ocorrências.
O Consórcio Antiferrugem já havia verificado que a deoença chegou mais cedo nas lavouras comerciais na safra 2018/2019, acompanhando a implantação antecipada das lavouras, logo após o término dos períodos de vazio sanitário.
“A semeadura cedo, associada às plantas de soja voluntárias (guaxas) com ferrugem que sobraram do vazio sanitário e as condições favoráveis, com chuvas bem distribuídas, fez com que as primeiras ocorrências fossem antecipadas em até um mês em relação à safra 2017/2018”, explicou a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja.
Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, enfatiza a necessidade de se intensificar o monitoramento da doença e também manejar adequadamente a ferrugem. Ela orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle da ferrugem e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência de controle.
O seu principal dano causado pela ferrugem asiática é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação. Os danos podem chegar a cerca de 70%.
Para mais informações acerca das ocorrências da ferrugem asiática e sua propagação nas regiões produtoras, estádios da lavoura, entre outros dados, o produtor rural pode acessar o site do Consórcio Antiferrugem (consorcioantiferruge.net).

Mais

Monitoramento

A ferrugem-asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, e a partir de então é monitorada e pesquisada por vários centros públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem, essa doença, considerada a principal na cultura da soja, possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no país.
As estratégias de manejo da doença são: o vazio sanitário, a utilização de cultivares precoces e semeadura no início da época recomendada, o uso de cultivares com gene (s) de resistência e o uso de fungicidas.

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