Balsas - 100 Anos

Um século de muita história

Ao longo destes 100 anos, os balsenses têm sua historia marcada por extrema beleza e importância, tendo em sua origem um povo lutador e alegre, que recorda com orgulho as linhas vivas de suas conquistas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Registro do aeroporto de Balsas no ano de 1949

Hoje, a cidade de Balsas é considerada polo agrícola do Maranhão. Atualmente, tem 94.779 habitantes e uma área de 13.141,757 km², segundo o IBGE. Só que muito já foi vivido desde a fundação, há 100 anos. Os balsenses têm sua historia marcada por extrema beleza e importância, tendo em sua origem, um povo lutador e alegre que recorda com orgulho as linhas vivas de suas conquistas.
As terras da região de Balsas, no sul do Maranhão, pertenciam a grandes fazendeiros que moravam no município de Riachão, tendo como proprietários as famílias Coelho e o tenente-coronel Daniel Alves Rego. O ponto mais acessível de uma fazenda para outra era o Porto das Caraíbas, conhecido anteriormente como Porto das Passagens, no rio Balsas, pois havia um grande movimento de viajantes, patrões e vaqueiros da região.

Porto das Passagens, hoje chamado de Porto das Caraíbas


E não demorou para que pequenos povoados se formassem ao longo do trajeto. O interesse por essa região era grande, o que logo despertou a presença do primeiro morador, o canoeiro José Pedro, que fazia as passagens no rio, onde montou um pequeno comércio (quitanda), em que vendia cachaça, rapadura, milho, farinha de mandioca e mercadorias em geral.
O rio Balsas favorecia o transporte dessas mercadorias, pois, segundo os fazendeiros, suas correntezas favoreciam o uso de canoas e balsas. Ao saber da pequena população no Porto das Caraíbas, o baiano Antônio Ferreira Jacobina resolveu conhecer a região. Comunicativo e mercador de fumo, Jacobina chamou atenção de muitas pessoas para o local, e com isso o número de moradores no Porto das Caraíbas só aumentava. Jacobina ganhou a simpatia do povo com festas e pagodeiros e logo se tornou o líder do povoado, chamado de “Vila Nova”.
Em 1879, Vila Nova já havia crescido, e nessa época foram iniciados os trabalhos de construção da Igreja de Santo Antônio. Em 1882, Vila Nova recebeu um novo nome, Santo Antônio de Balsas.

Praça da Matriz

Autonomia
Mais tarde, em 1892, o deputado estadual Padre Balduíno Pereira Maya assumiu a liderança política da região de Balsas e se tornou o defensor do povo empenhado pela autonomia administrativa de Santo Antônio. Em meados de 1815, o sargento Alencar, viajante comprador de peles de animais na região do Alto Gerais de Balsas, teve todos os seus animais (cavalos e burros), que serviam de meio de transporte de suas mercadorias, mortos por uma infecção.
Levado pela necessidade de voltar à sua cidade de origem, adentrou nos brejos do sertão, colheu talos de buriti e construiu uma balsa, que serviu para transportar toda a sua mercadoria adquirida, até o comércio de Floriano e Teresina, ambas as cidades do Piauí.
As balsas serviram, por muito tempo, como meio de transporte para as famílias balsenses, estudantes e pessoas enfermas, e de mercadorias, como cereais, coco babaçu, couro de boi, porcos, arroz, frutas e peles de animais silvestres.
Com o contínuo movimento de balsas a vapor pelo rio Balsas, o deputado Thucydides Barbosa, representante da Zona Sertaneja no Congresso Estadual, apresentou, na sessão legislativa de 1918, um projeto que foi convertido na Lei nº 775, de 22 de março de 1918, elevando a Vila à categoria de cidade, com a mesma denominação atual, Vila de Santo Antônio de Balsas. Pela mesma lei, foi permitido o uso da palavra “Balsas”.
Em 1919, começou a ser utilizada a linha telegráfica na cidade, na administração de Enéas Reis. Nesse mesmo ano, foi criada a primeira associação de futebol, chamada de “AssociaçãoEsportiva Balsense”. Neste mesmo período, já se notava um grande fluxo de viajantes vindos do Piauí e de Goiás.

Igreja da Matriz em foto histórica

Distinção
Em 1926, o período econômico de Balsas motivou a presença de sírios e libaneses na cidade, formando uma colônia, pelos irmãos Bucar, Mamede Abdom e Salim, Elias Boabaid, José e Elias Kury e, depois, Elias Alfredo Kury, libanês, Felipe Bucar, José Salim, Salomão Auad, José Vicente, Francisco Naisser e Elias Bonaisser. A colônia sírio-libanesa convidou o professor João Joca Rêgo, que iniciou com distinção os seus estudos no colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.

Prédio da Prefeitura de Balsas em registro de décadas atrás


Chegando a Balsas, fundou o Instituto Sírio-Brasileiro. Com uma visão ampla a respeito dos métodos de ensino, associou-se ao professor Melquíades Moreira Ferraz e fundou o Instituto Gil Pires. Mais tarde, com a colaboração de vários professores, surgiu o Educandário Coelho Neto.
Já na década de 1970, foi registrado um grande fluxo de migrantes vindos de diversas partes do Brasil, na maioria do Rio Grande do Sul. Hoje, Balsas conta com um número expressivo de gaúchos. Vale destacar que um dos primeiros que chegou, o senhor Leonardus Josephus Philipsen, juntamente com seus filhos, muito contribuíram para o desenvolvimento da lavoura mecanizada na região.

Vista do casario do município de Balsas em registro histórico

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