Polícia investiga se há mais envolvidos na morte de Alanna
Prazo para a conclusão do inquérito, para encaminhamento à Justiça, é de 30 dias; comissão de delegados foi formada para investigar o caso que teve grande repercussão; ex-padrasto foi preso no sábado, quando tentava sair de São Luís
A Polícia Civil não tinha descartado, ainda ontem, a possibilidade de haver mais pessoas envolvidas no assassinato da filha do cadete do Corpo de Bombeiros Militar, Alanna Ludmilla Borges Pereira, de 10 anos. As investigações têm prosseguimento e o inquérito policial tem o prazo de 30 dias para ser encaminhado ao Poder Judiciário. Segundo a polícia, o principal acusado é o ex-padrasto da criança, Robert Serejo Oliveira, de 31 anos, preso no último sábado, 4, na Estiva. A criança estava desaparecida desde o dia 1º e o corpo somente foi encontrado com marcas de violência, no dia 3, sob entulhos no quintal da casa onde morava, no Maiobão, em Paço do Lumiar.
“Não foi descartada, até o momento, nenhuma linha de investigação sobre a morte de Alanna, inclusive, pode haver outras pessoas envolvidas”, declarou o delegado Lúcio Rogério Reis, superintendente de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP). Ele informou que esse caso começou a ser investigado pela Delegacia do Maiobão, mas, foi encaminhado para a SHPP. Ainda ontem foi montada uma comissão de delegados, composta por Lúcio Rogério Reis, Viviane Azambuja, Henrique Mesquita, Paulo Arthur Franco e Cláudio Barros, para investigar o crime.
O delegado disse ainda, que a comissão esteve reunida durante o período da manhã desta segunda-feira, 6, analisando alguns pontos sobre o caso, material recolhido no local do crime e traçando novas metodologias para o andamento da investigação.
A polícia também aguarda o resultado de exames periciais, realizados pela equipe da Superintendência da Polícia Técnica Científica (SPTC), coordenada por pelo perito Miguel Neto, e possivelmente devem ficar prontos no decorrer desta semana e serão anexados ao inquérito policial.
Ainda segundo Lúcio Rogério Reis, nesta semana mais pessoas devem ser ouvidas na sede da SHPP, no Centro, e, inclusive, Robert Serejo deve prestar novo depoimento hoje. “Temos 30 dias para encaminhar esse inquérito à Justiça e o prazo está sendo contado desde a prisão do principal suspeito”, explicou o delegado.
Controvérsia
A delegada Viviane Azambuja informou que muitas controvérsias devem ser ainda esclarecidas. O ex-padrasto, após ser preso, foi ouvido e confessou o crime, mas negou a participação de outra pessoa. “Robert diz que fez sozinho, mas, estamos investigando se houve a participação de uma outra pessoa”, disse a delegada.
Ela afirmou que o ex-padrasto vai responder pelos crimes de feminicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Ainda de acordo com a delegada, outros pontos importantes para a conclusão da investigação serão os resultados dos exames periciais e estão sendo concluídos pelo Instituto Laboratorial de Análises Forenses e o Instituto Genética Forense. “Muita prova foi perdida, por o local do crime ter sido extremamente violado”, frisou a delegada.
Durante entrevista à imprensa ocorrida na sede do Comando Geral da Polícia Militar, no Calhau, no último sábado, 4, as autoridades policiais fizeram questão de frisar que até o momento não havia nenhum indício da mãe da menina, Jaciane Borges Pereira, ter participação no crime. A divulgação de informação falsa em redes sociais, principalmente, no WhatsApp, dela ter sido uma das suspeitas, causou transtornos à família.
Exames
A polícia informou que existe a possibilidade de a vítima ter sido asfixiada e violentada sexualmente, mas essas informações somente serão esclarecidas quando os laudos forem concluídos. O corpo de Alanna, após ter sido encontrado, foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para ser submetido a exames periciais e um deles é de conjunção carnal.
Segundo a polícia, esse exame serve para colher a materialidade do crime e o prazo relativo ao tipo de crime, pois, depois de 11 dias não poderá haver mais indícios de estupro. Geralmente, esse tipo de exame é colhido o líquido espermático. Também o acusado foi submetido a exame pericial coordenado pela SPTC.
O Estado entrou em contato por telefone na manhã de ontem com o superintendente da SPTC para saber mais informações sobre o procedimento dos exames periciais, mas não obteve sucesso.
Choque
Nonato Vasconcelos, de 46 anos, mora vizinho à casa da vítima, ainda ontem está em estado de choque. Ele que encontrou o corpo de Alanna, na sexta-feira, 3, sepultado em uma cova rasa, no quintal da residência da criança, após sentir um odor putrefato.
Ainda de acordo com Nonato Vasconcelos, a imagem das pernas da criança sob o entulho e dos cacos de telhas continuam na sua mente, assim como a cena dos pais e dos parentes chorando, em estado de desespero.
ENTENDA O CASO
Alanna Ludmilla, de 10 anos, desapareceu na manhã de quarta-feira, 1º de novembro, quando estava sozinha em casa, no Maiobão, pois sua mãe, Jaciane Borges, tinha ido a uma entrevista de emprego. Ainda nesse dia, a mochila da menina foi encontrada em um terreno baldio, na área.
A polícia foi comunicada sobre esse fato e ao analisar as imagens de câmeras de segurança, nas proximidades da residência da criança, observou a presença do ex-padrasto circulando na região no momento em que a menor tinha desaparecido. Ele chegou a ser ouvido na delegacia, liberado e, horas depois não foi mais localizado.
O corpo da menina foi encontrado na manhã de sexta-feira, 3, sob entulhos no quintal de sua própria casa, depois que o corpo, em início de decomposição, começou a exalar odor putrefato.
Robert Serejo teve a prisão decretada pelo Poder Judiciário e no sábado, 4, foi preso dentro de uma Van, por dois sargentos da Polícia Militar, Burgos e César, tentando fugir da Ilha. O acusado foi levado para a sede do Comando Geral da Polícia Militar, no Calhau, onde prestou esclarecimentos e, logo após, encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
SAIBA MAIS
A cúpula da Polícia Militar prestou homenagem na manhã de ontem, na sede do Comando Geral da corporação militar, no Calhau, aos sargentos Burgos e César, por terem efetuado a prisão de Robert Serejo.
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