Batalha

EI comete onda de ataques suicidas para tentar frear retomada de Mossul

Nos últimos três dias, grupo terrorista recorreu diversas vezes a suicidas, inclusive crianças e mulheres; acuados e cercados do outro lado pelo Exército e pela polícia, extremistas recuam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Ferido é levado de carrinho pelas ruas de Mossul durante fuga de civis ( Ferido é levado de carrinho pelas ruas de Mossul durante fuga de civis)

MOSSUL - As forças iraquianas lutavam ontem para avançar na Cidade Antiga de Mossul diante dos ataques suicidas realizados pelos extremistas que resistem neste que é seu último reduto urbano no Iraque.

Trata-se da última fase da batalha de Mossul, lançada há mais de oito meses para recuperar o controle da segunda maior cidade do país das mãos do grupo Estado Islâmico (EI).

Os extremistas controlam apenas um pequeno setor da Cidade Antiga na zona oeste da cidade. "Em alguns bairros, o inimigo tem recorrido há três dia a suicidas, principalmente mulheres", declarou o tenente Sami al-Aridhi, comandante das forças de combate ao terrorismo (CTS). "Antes disso, o EI utilizava snipers e bombas".

Ainda restam algumas centenas de extremistas em Mossul, em sua maioria estrangeiros, indicou. Acuados na margem oeste do Tigre e cercados do outro lado pelo Exército e pela polícia, os extremistas recuam desde o início, em 18 de junho, da ofensiva na Cidade Antiga. Segundo Aridhi, a batalha deve terminar "em cinco dias ou uma semana".

Suicidas de 12 e 14 anos

As forças de segurança pedem aos civis que retirem suas roupas ao se aproximarem dos postos de controle. Os homens devem tirar a camisa e as mulheres o véu e sua longa abaya.

Tal medida foi adotada após dois atentados suicidas realizados no últimos dias por adolescentes de 12 e 14 anos, que mataram três membros das forças especiais, segundo o Exército.

O avanço das tropas também é dificultado pelas ruas estreitas e densamente povoadas da Cidade Antiga. Mas este geografia também protege as forças iraquianas dos atiradores. "Nossas perdas não nos impedem de progredir", garante Aridhi.

Maiores vítimas dos combates, os civis continuam a fugir da Cidade Antiga. "Eles fogem [do EI], da morte, da fome e do medo", explica Nazar Saleh, médico de uma clínica improvisada.

Com o fim da batalha se aproximando, teme-se o nascimento de rivalidades entre as diferentes forças iraquianas em Mossul.

Um comunicado atribuído ao chefe da polícia federal Raëd Chaker Jawdat foi publicado no domingo (2) para anunciar "a vitória em Mossul", e os membros da polícia comemoraram na cidade com bandeiras e música.

Mas o tenente Jawdat afirmou que, se a missão das forças policiais havia terminado, outras forças continuavam a combater e que o anúncio oficial da vitória será feito pelo primeiro-ministro iraquiano.

Ontem, o Comando Conjunto das Operações (JOC), que coordena a luta contra o EI no Iraque, assegurou que "as forças da polícia federal continuam envolvidas nos combates no front sul".

Em 2014, o EI se apoderou de vastos territórios ao norte, a oeste e a leste de Bagdá. Mas as forças iraquianas, apoiadas pelos ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, recuperaram grande parte dessas áreas.

A retomada de Mossul não marcará o fim da guerra contra o EI, que ainda controla várias zonas no Iraque e na Síria.

Apesar de ter perdido 60% de seu território e 80% de seus recursos segundo um estudo do IHS Markit publicado na semana passada, a organização extremista segue capaz de realizar atentados nos dois países e no exterior.

No domingo, um homem-bomba atacou um campo de deslocados na província iraquiana de Al-Anbar matando 14 pessoas.

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