Batalha

Forças iraquianas entram pela primeira vez em Mossul, no Iraque

Operação tenta libertar a cidade do controle do Estado Islâmico; esse é, até agora, o avanço mais significativo das tropas iraquianas; EI assumiu o controle da cidade iraquiana em junho de 2014; grupo conclamou seus seguidores a lutarem até a morte

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
( Forças iraquianas mantêm ofensiva para expulsar o Estado Islâmico de Mossul)


Iraque - As forças iraquianas entraram ontem pela primeira vez em Mossul, no Iraque, em mais de dois anos, disse o Ministério da Defesa iraquiano sobre a operação que tenta libertar a cidade do controle do grupo extremista Estado Islâmico.

O porta-voz do Ministério da Defesa do Iraque, brigadeiro-general Tahsin Ibrahim, disse, em entrevista à rede de TV CNN, que unidades da 9ª Divisão de Blindados entraram na cidade. As tropas realizaram a operação através do bairro de Al Intisar, no leste.

Esse é, até agora, o avanço mais significativo na ofensiva das tropas iraquianas, lançada há mais de duas semanas, para libertar Mossul. O Estado Islâmico assumiu o controle da cidade iraquiana em junho de 2014.

Oa avanços aconteceram depois que as forças governamentais entraram há dois dias no bairro de Kukyeli e recuperaram a sede da televisão local de Mossul, levando a maioria dos combatentes radicais a sair da parte oriental da cidade.

Resistência
Mesmo encurralado em seu bastião de Mossul, o líder do Estado Islâmico conclamou seus seguidores a lutarem até a morte, no que disse ser uma guerra contra o islã xiita, "cruzados" ocidentais e países sunitas "apóstatas" como Turquia e Arábia Saudita.

Expressando confiança na vitória, apesar da ampla aliança de forças iraquianas e internacionais congregadas contra alguns poucos milhares de militantes do Estado Islâmico em Mossul, Abu Bakr al-Baghdadi pediu aos jihadistas que "causem estragos".

"Esta batalha feroz e esta guerra total, e a grande jihad que o Estado do Islã está realizando hoje, só aumentam nossa crença firme, se Deus quiser, e nossa convicção de que tudo isso é um prelúdio da vitória", disse Baghdadi, em uma gravação divulgada na internet.

Retomar a segunda maior cidade do país marcaria a derrota da vertente iraquiana de um califado transfronteiriço que Baghdadi proclamou do púlpito de uma mesquita de Mossul dois anos atrás. O Estado Islâmico também ocupa grandes porções da vizinha Síria.

Anistia denuncia

As milícias iraquianas "detiveram ilegalmente, humilharam publicamente e torturaram" moradores das localidades ao sudeste de Mossul que já foram reconquistadas do grupo Estado Islâmico (EI) na ofensiva contra a cidade, denunciou ontem a Anistia Internacional.

Autoridades e testemunhas locais relatam espancamentos com barras de ferro e choques elétricos em ataques "punitivos" realizados por membros da milícia sunita Sabawi. Esta milícia integra as Unidades de Mobilização Popular (Hachd al-Shaabi), uma coalizão de milícias em sua maioria xiitas apoiadas pelo Irã, segundo a AI.

Os fatos teriam ocorrido cerca de 50 km ao sul de Mossul, em três localidades na margem sudeste do rio Tigre, uma das quais reconquistada pelas forças iraquianas em 20 de outubro, indica AI em comunicado.

"Há evidências perturbadoras que membros da milícia Sabawi cometeram crimes, segundo o direito internacional, ao torturar e maltratar habitantes da região de Qati al-Sabaween, em retaliação pelos crimes cometidos pelo EI", diz Lynn Maalouf, vice-diretora da Anistia Internacional em Beirute.

De acordo com uma testemunha citada pela ONG, os milicianos "não tinham comandante, cada combatente realizou a sua própria vingança" pelas mortes causadas pelo EI.

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