Solve for Tomorrow

IEMA Itaqui-Bacanga conquista premiação nacional com projeto que transforma a vida de quebradeiras de coco no Maranhão

Criado por um grupo formado por um estudante e quatro estudantes do 3º ano do IEMA Itaqui-Bacanga, o BabaçuTech nasceu de uma escuta sensível.

Imirante.com

Atualizada em 03/12/2025 às 16h57
Selecionado entre centenas de propostas em todo o país, o BabaçuTech destaca o IEMA e o Maranhão como referências em inovação social. (Foto: Divulgação)

MARANHÃO - O Maranhão voltou a ocupar o centro do palco da inovação social. Nesta terça-feira (2), estudantes do IEMA Itaqui-Bacanga foram consagrados campeões do Solve for Tomorrow, a maior premiação de ciência e tecnologia da Samsung na América Latina, com o revolucionário BabaçuTech, um projeto que reafirma a potência criativa da juventude maranhense e o papel da escola pública como espaço de transformação real.

O Solve for Tomorrow é realizado há 12 anos no Brasil com coordenação do Cenpec, tem como missão estimular estudantes a resolverem problemas reais de suas comunidades por meio da abordagem STEM. Ao longo de sua trajetória, o programa tornou-se referência em inovação, impacto social e equidade educacional. E, nesta edição, o Maranhão brilhou como raras vezes antes.

BabaçuTech: quando ciência, tecnologia e ancestralidade se encontram

Criado por um grupo formado por um estudante e quatro estudantes do 3º ano do IEMA Itaqui-Bacanga, o BabaçuTech nasceu de uma escuta sensível: o trabalho das quebradeiras de coco babaçu, atividade ancestral, majoritariamente feminina e profundamente ligada à identidade amazônica, ainda dependia de processos lentos, vulneráveis e de baixo rendimento, especialmente na secagem do mesocarpo, fundamental para a produção de alimentos, bioplásticos, óleo e sabonetes.

A partir dessa realidade, os jovens desenvolveram soluções tecnológicas de baixo custo para tornar o beneficiamento do babaçu mais rápido, sustentável e seguro. Entre elas, uma estufa solar automatizada integrada a sensores e Arduino, capaz de controlar temperatura, umidade e luminosidade. O processo de secagem que antes durava até quatro dias agora leva menos de dez horas. Outra inovação é o forno ecológico, feito com materiais simples e isolado com a própria casca do babaçu, que também funciona como combustível, reduzindo custos e eliminando desperdícios.

Essas tecnologias não apenas aprimoram a produção, como fortalecem a autonomia econômica das quebradeiras, valorizam o saber tradicional, ampliam renda e colocam jovens da periferia como protagonistas de soluções reais e de impacto social.

Reconhecimento nacional e compromisso do Maranhão

Selecionado entre centenas de propostas em todo o país, o BabaçuTech destaca o IEMA e o Maranhão como referências em inovação social. A conquista também reflete o compromisso do Governo do Estado com uma educação pública que investe em ciência, tecnologia e protagonismo juvenil, criando condições para que projetos como esse nasçam, cresçam e transformem realidades.

A diretora-geral do IEMA destacou a importância dessa vitória para o estado e para a juventude maranhense:

“O BabaçuTech prova que quando nossos estudantes têm acesso a ciência, tecnologia e uma escola que acredita no potencial deles, eles não apenas sonham: eles transformam. Este prêmio é das quebradeiras de coco, das nossas comunidades tradicionais e da juventude maranhense, que mostra ao país que é capaz de inovar de forma profundamente humana, sustentável e conectada ao território.”

O professor Felipe Borges, orientador do grupo, celebrou o reconhecimento como resultado direto de uma educação que incentiva pesquisa e criatividade:

“Esse prêmio demonstra que nossos estudantes têm capacidade de enfrentar desafios reais com ciência e sensibilidade social. O BabaçuTech nasceu da escuta das quebradeiras e evoluiu com muito estudo, teste e dedicação. Ver essa conquista é a prova de que a educação pública do Maranhão está formando jovens preparados, críticos e comprometidos com a transformação de suas comunidades.”

A aluna Marina da Páscoa Oliveira do Projeto BabaçuTech falou da sua emoção em ganhar o prêmio.

“Quando anunciaram o primeiro lugar no Solve For Tomorrow 2025, custei a acreditar. Foi uma explosão de surpresa, orgulho e emoção ao lembrar de toda a caminhada. Nosso projeto nasceu da vivência das quebradeiras de coco, das histórias e da força dessas mulheres, e transformá-lo em algo reconhecido nacionalmente é gratificante. Fizemos com propósito, com sentimento e com a certeza de que cada melhoria pode transformar a rotina de quem vive do babaçu.”

Breno Gatinho, também aluno do projeto celebrou a conquista e enfatizou que isso é começo de uma grande jornada.

“Hoje celebramos uma grande vitória: conquistamos o Solve For Tomorrow com o projeto BabaçuTech. Desenvolvemos uma solução que agiliza a secagem do mesocarpo do babaçu e fortalece o trabalho das quebradeiras de coco. Saber que nossa ideia pode facilitar a vida dessas mulheres é o que torna tudo ainda mais especial. No meu último ano do ensino médio, fechar esse ciclo com uma conquista nacional ao lado de uma equipe tão dedicada é inesquecível. Mais que um troféu, essa premiação marca o início de um impacto real.”

Um marco para o Maranhão

Com a vitória no Solve for Tomorrow, os estudantes do IEMA Itaqui-Bacanga colocam o Maranhão em posição de destaque no cenário nacional, mostrando que inovação não é monopólio de grandes centros urbanos e que soluções potentes podem surgir das mãos de jovens que conhecem de perto os desafios de suas comunidades.

Mais que um troféu, o reconhecimento simboliza um futuro possível: um Maranhão em que tecnologia, ancestralidade e inclusão caminham juntas para transformar vidas.

O BabaçuTech é a prova viva de que a escola pública pode ser o coração da inovação no Brasil.

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