Engenharia brasileira em alta no Maranhão e no mundo: quando a realidade impõe o valor da engenharia
A engenharia pode até não ser celebrada nos palcos da opinião pública, mas é insubstituível quando o assunto é desenvolvimento real.
A engenharia costuma ser pouco lembrada no debate público. Na maior parte das vezes, não ocupa manchetes, não recebe o devido reconhecimento e raramente é citada como protagonista dos grandes avanços. No entanto, basta observar com atenção o que realmente sustenta o desenvolvimento do país para perceber que, mesmo invisível aos olhos de muitos, a engenharia segue moldando, qualificando e impulsionando as transformações que importam de verdade. A engenharia aparece, ainda que silenciosamente, porque é impossível construir progresso sem ela. E os acontecimentos recentes no Maranhão e no cenário internacional demonstram isso com clareza. O raciocínio lógico, a visão analítica e a capacidade de resolver problemas complexos, características estruturais da formação em engenharia, são fatores que explicam por que esses profissionais continuam se destacando mesmo sem o devido reconhecimento público.
No Maranhão, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, Edilson Baldez, que é engenheiro civil e engenheiro de segurança do trabalho, foi indicado na 134ª Reunião Extraordinária do Conselho de Autoridade Portuária a integrar o Conselho de Autoridade Portuária do Porto do Itaqui como convidado permanente. A participação de um engenheiro civil e engenheiro de segurança do trabalho nessa instância reafirma que decisões logísticas, industriais e portuárias exigem rigor técnico e visão sistêmica, atributos construídos pela formação em engenharia. Mesmo que muitas vezes esse protagonismo não seja percebido, é ele que garante que o desenvolvimento ocorra com segurança, eficiência e planejamento.
Na mesma reunião, o debate sobre a Margem Equatorial Brasileira foi conduzido pelo engenheiro eletricista Allan Kardec Duailibe Barros Filho, presidente da Gasmar, profissional reconhecido nacionalmente por sua capacidade técnica nas pautas de energia, infraestrutura e exploração responsável dos recursos naturais. Com mestrado em Information Engineering pela Toyohashi University of Technology e doutorado em Information Engineering pela Universidade de Nagoya, Allan Kardec combina sólida experiência acadêmica com atuação estratégica na formulação de políticas energéticas. Sua produção acadêmica recente de alto impacto reflete atuação científica diversificada e alinhada às tendências contemporâneas da engenharia aplicada, incluindo sistemas inteligentes, biotecnologia, geociências e neurociência. Trata-se de uma demonstração clara de que a engenharia maranhense dialoga com o que há de mais avançado na ciência mundial.
Ainda durante o encontro, os avanços do Observatório da Indústria do Maranhão foram apresentados por Carlos Jorge Taborda, revelando a importância das análises técnicas para orientar decisões do setor produtivo. Em sua manifestação, Edilson Baldez destacou que a Casa da Indústria está aberta a discussões estruturantes sobre temas como a ZPE Bacabeira e projetos relacionados ao potencial energético e mineral do estado. Essa postura reafirma o papel da engenharia como fundamento do planejamento industrial e da competitividade econômica.
Ao mesmo tempo, no cenário internacional, a engenharia brasileira alcança novos marcos. A engenheira civil Cristiane Collet Battiston, diretora da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, que possui mestrado e doutorado em hidrologia, foi eleita presidenta do Conselho do Programa Hidrológico Intergovernamental da UNESCO. É a primeira vez, em cinquenta anos, que uma mulher assume a presidência do colegiado. Sua eleição ocorre justamente em um momento em que a gestão da água é tema central nas discussões climáticas globais. Com mestrado e doutorado em hidrologia, Cristiane leva à ONU a competência científica brasileira, provando que a engenharia nacional possui presença, voz e reconhecimento internacional em um dos temas mais sensíveis do século, que é a governança da água e dos recursos hídricos.
Esses episódios revelam um ponto decisivo. A engenharia pode até não ser celebrada nos palcos da opinião pública, mas é insubstituível quando o assunto é desenvolvimento real. Ela qualifica decisões, sustenta políticas públicas, orienta investimentos, garante segurança e transforma potencial em resultados concretos. A engenharia aparece onde o progresso acontece, mesmo quando o reconhecimento não vem na mesma proporção. E quando se observa com cuidado o perfil dos profissionais que ocupam espaços estratégicos, fica evidente que é justamente o raciocínio lógico, a capacidade de análise e a habilidade de solucionar problemas complexos que os tornam essenciais em qualquer área crítica.
Ao observar esses movimentos simultâneos no Maranhão, no Brasil e no mundo, torna-se evidente que a engenharia brasileira vive um momento de afirmação silenciosa, firme e incontornável. Engenheiros e engenheiras ocupam posições estratégicas, lideram debates relevantes, produzem ciência de impacto e representam o país nos mais altos fóruns internacionais. A engenharia está em alta porque entrega o que realmente importa, que são soluções, planejamento, inovação e desenvolvimento. Sua força não depende de aplausos, mas da precisão técnica, do rigor científico e da capacidade de transformar desafios complexos em resultados tangíveis.
O Maranhão cresce quando valoriza seus engenheiros. O Brasil avança quando reconhece a centralidade da técnica. E o mundo confirma diariamente que não existe futuro sustentável sem engenharia. Invisível para alguns, indispensável para todos, a engenharia permanece como a base sólida sobre a qual se constrói uma sociedade segura, eficiente e verdadeiramente moderna, conduzida por profissionais que se destacam justamente por sua lógica, método e extraordinária capacidade de resolver problemas.
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