Consequências da guerra tarifária
O primeiro ponto crucial a ser avaliado é a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, que vem desencadeando consequências significativas na economia mundial.
Oi, pessoal, na última semana observamos um recuo do dólar, que atingiu a marca de R$ 5,65. Neste artigo, compartilho minha análise, e friso que não se trata de uma mera opinião, mas sim de uma avaliação embasada em informações atuais que influenciam o comportamento da moeda norte-americana (US$) frente ao real (R$).
O primeiro ponto crucial a ser avaliado é a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, que vem desencadeando consequências significativas na economia mundial. Desde o seu início, essa disputa comercial tem contribuído para a perda de força do dólar em relação a outras moedas globais. E nesta semana, vislumbramos uma sinalização de possíveis diálogos entre EUA e China, o que mais uma vez pode injetar volatilidade no mercado, gerando oscilações.
O segundo ponto que também reflete no mercado é a cotação do petróleo, que tem apresentado uma trajetória de queda desde o início do ano, impulsionada pela desaceleração das atividades nos setores produtivos globais. Recentemente, o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de aumentar a produção pelo segundo mês consecutivo, com um acréscimo de 411 mil barris por dia (bpd) a partir de junho, reforça essa tendência. A decisão foi justificada pelos níveis mais baixos dos estoques. Os preços do petróleo chegaram a atingir uma mínima de quatro anos em abril, ficando abaixo dos US$ 60,00 por barril. Contudo, percebo uma possível estratégia liderada pelos EUA de utilizar essa queda como forma de pressionar países com custos de produção mais elevados. Adicionalmente, os EUA já sinalizaram a intenção de impor barreiras comerciais a países que adquirem petróleo de nações como Irã e Venezuela, o que inevitavelmente terá reflexos nas economias de países com esse perfil específico definido pelo governo americano.
E me perguntam: e o Brasil, como se posiciona neste cenário? Bom, em minha análise, vislumbro benefícios importantes. Por exemplo, a China anunciou a suspensão da compra de grãos e carne suína dos EUA. Nesse contexto, o Brasil surge como o candidato natural para suprir essa demanda chinesa. A expansão das exportações do agronegócio não apenas fortalecerá a posição do Brasil no cenário global, mas também aumentará a entrada de dólares em nossa economia. Com uma maior oferta da moeda americana no país, a cotação do dólar poderia se estabilizar em torno de R$ 5,55. Outro fator relevante é o potencial de queda na inflação. Como sabemos, grande parte dos insumos utilizados na fabricação de produtos e serviços possui cotação internacional, e poderíamos observar um recuo nos preços. Caso esse cenário favorável se prolongue por mais alguns meses, poderemos ter uma manutenção das taxas de juros, evitando novos aumentos. E quem sabe, no futuro, vislumbrar o início de um ciclo de redução na taxa básica de juros (Selic).
No entanto, existe uma variável que pode mitigar os ganhos dessas exportações: a nossa logística. Nossa infraestrutura logística ainda se baseia fortemente no modal rodoviário, que é notoriamente caro, além de apresentarmos deficiências significativas na armazenagem e limitações operacionais portuárias. Todos esses fatores impactam diretamente os custos, especialmente para os produtores.
Em resumo, mais uma vez, o Brasil se depara com uma grande oportunidade de impulsionar seu crescimento através do agronegócio. Contudo, esbarramos na persistente falta de visão e planejamento em infraestrutura. O alinhamento estratégico de Estado (governo federal, estadual e municipal) é fundamental para que possamos aproveitar plenamente essa onda de crescimento. Infelizmente, muitas vezes sequer conseguimos ultrapassar a arrebentação para, de fato, surfar as ondas de prosperidade
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