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É economista com experiência nacional e internacional em análises macroeconômicas e microeconômicas. Possui habilidade em análises setoriais, gestão do capital humano, orçamentos e finanças.
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Pesquisa sobre decisões de investidores

O estudo contou com a participação de 970 pessoas, onde foi possível traçar o perfil do investidor brasileiro.

Wagner Matos / Economista

Atualizada em 26/02/2025 às 12h19
Um dos principais achados da pesquisa foi a forte influência dos estímulos subconscientes, conhecidos como "priming", nas decisões de investimento.
Um dos principais achados da pesquisa foi a forte influência dos estímulos subconscientes, conhecidos como "priming", nas decisões de investimento. (Foto: Divulgação)

Em um cenário econômico desafiador, marcado pela inflação crescente e altas taxas de juros, a educação financeira se torna fundamental para a proteção das pessoas contra decisões financeiras arriscadas. Uma pesquisa realizada em fevereiro deste ano, conduzida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou dados alarmantes sobre a influência de vieses cognitivos (padrões de pensamento tendencioso que podem levar a decisões equivocadas) e estímulos subconscientes nas decisões de investimento, especialmente em esquemas de pirâmide e apostas esportivas (bets).

O estudo contou com a participação de 970 pessoas, onde foi possível traçar o perfil do investidor brasileiro. A predominância dos participantes era do sexo masculino, renda familiar superior a R$ 19.393,00, possuem ensino superior completo ou pós-graduação e idade que varia entre 18 a 85 anos, com 2/3 entre 31 e 54 anos, e idade mediana de 45 anos.

Um dos principais achados da pesquisa foi a forte influência dos estímulos subconscientes, conhecidos como "priming", nas decisões de investimento. Participantes expostos a estímulos relacionados a apostas, como propagandas de sites de apostas, demonstraram maior propensão a investir em esquemas de pirâmide, mesmo quando comparados a investimentos legítimos. O estudo também sinalizou que aproximadamente 15% da população brasileira participa de apostas online, com um gasto médio mensal de R$ 263 (US$ 53). Um dado complementar, aponta que o transtorno do jogo afeta cerca de 1% da população americana, com consequências financeiras e de saúde mental.

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Os pesquisadores da FGV alertam para os possíveis efeitos negativos da publicidade de apostas, que pode levar à naturalização do risco e à aceitação de investimentos em esquemas de pirâmide. A pesquisa revelou que o público brasileiro pesquisado NÃO DISTINGUE claramente a alocação de recursos em apostas e esquemas de pirâmide da alocação em investimentos tradicionais.

A pesquisa reforçou o papel crucial da educação financeira como ferramenta de proteção ao investidor. Pessoas com maior conhecimento financeiro demonstraram menor propensão a investir em esquemas fraudulentos, mesmo quando expostos a estímulos subconscientes. Além disso, a educação financeira demonstrou auxiliar na prevenção de vieses cognitivos, tornando os indivíduos menos vulneráveis a decisões impulsivas e excessivamente autoconfiantes.

A conclusão da pesquisa da CVM e da FGV oferece um panorama preocupante, mas também esclarecedor, sobre o comportamento do investidor brasileiro. Os resultados da pesquisa destacam a necessidade de políticas públicas que promovam a educação financeira e regulem a publicidade de apostas. É fundamental que os investidores estejam cientes da influência dos vieses cognitivos e dos estímulos subconscientes em suas decisões financeiras. A busca por conhecimento financeiro e a análise crítica das oportunidades de investimento são essenciais para proteger o patrimônio e evitar cair em armadilhas financeiras

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