Maranhenses descobrem no empreendedorismo um caminho para equilibrar vida pessoal e profissional
Segundo elas, empreender deu mais liberdade de tempo e, a partir de soluções ofertadas pelo Sebrae, elas aprenderam a se organizar melhor e lucrar mais.
SÃO LUÍS - Conciliar filhos e mercado de trabalho é um desafio para muitas mães. Algumas delas encontraram na criação do próprio negócio uma maneira de harmonizar essas duas realidades que parecem tão opostas. "Quando eu voltei da minha licença-maternidade, fui demitida", lembra a empreendedora Joyce Gama, que abriu uma loja de calçados um ano após o episódio. Já a fotógrafa Veruska Oliveira precisou transformar o hobby em profissão quando se viu tendo que cuidar dos seus três filhos sozinha. "A escolha por empreender aconteceu justamente para que eu pudesse ter horário mais flexível", conta.
Joyce abriu sua empresa em 2015. Três anos depois, decidiu que era a hora de tornar o negócio mais rentável. Foi quando buscou o Sebrae para realizar diversos cursos gratuitos, que a ajudaram a desenvolver as habilidades necessárias para fazer o empreendimento deslanchar. Aprender a se organizar melhor foi indispensável para que ela conseguisse obter sucesso não apenas nos negócios, como também na árdua missão de equilibrar atividade profissional e família. "Uma certa época isso custou muito a minha saúde mental. Até eu mesma entender e aprender que tudo poderia e pode ser resolvido com planejamento e a rotina certa", reflete.
A liberdade de poder definir seu horário de trabalho também a ajudou a manter uma rotina com os filhos. Além disso, ter uma boa comunicação — outra característica importante para empresários — com a família contribuiu para que tudo funcionasse devidamente. "Eu tenho meu pequeno escritório. Ali, todos entendem que, quando estou sentadinha, só me chamem se for caso grave. Eles também aprenderam que a mamãe empreendedora precisa de silêncio. E eles me ajudam bastante. Quando chega mercadoria, eles amam sentar e conferir junto comigo", comenta Gama.
De mãe para filhos
A empreendedora Veruska Oliveira está no mercado de fotografia há quase 20 anos. Começou a fotografar profissionalmente aos finais de semana para complementar a renda e acabou mudando de área devido à maior remuneração e à possibilidade de trabalhar de casa enquanto cuidava dos filhos — um garoto e duas meninas. Quando abriu seu estúdio, já atuava como segunda fotógrafa para alguns profissionais da capital São Luís. Ela fez diversos cursos pelo Sebrae para progredir na carreira, incluindo o Empretec, imersão para formação de empreendedores com base em metodologia da Organização das Nações Unidas, onde descobriu seu perfil e capacidade empreendedora: "Meus maiores projetos aconteceram após a participação no Empretec".
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Em determinado momento de sua carreira, começou a ensinar seu ofício aos filhos, com o intuito de que aprendessem a valorizar o trabalho e o esforço para alcançar um objetivo. "A minha ideia, quando coloquei eles para me ajudar, não era ensinar uma profissão, nem que eles fossem seguir meu caminho ou continuar meu negócio", revela a fotógrafa. Atualmente, já adultas, suas duas filhas trabalham ao seu lado. "Vimos que essa parceria tem dado certo, o que me orgulha como 'chefe' e como mãe", avalia.
A filha Amanda diz que trabalhar com a mãe é ser inspirada a cada momento. "Ter uma referência como ela é uma bênção e presente que tenho. O maior aprendizado que tive com ela, além de fotografar, foi sempre fazer tudo com amor e carinho. Ter carinho não só pelo trabalho, mas pelas pessoas com quem trabalhamos. O comprometimento dela com o trabalho e com a família sempre me motivam e me inspiram a buscar o melhor e a ser melhor. Ela sempre será meu maior exemplo de mulher, mãe e profissional", afirma.
Apoio às empreendedoras
O Sebrae realiza ampla mobilização em favor do empreendedorismo feminino no Brasil. Por meio do programa Sebrae Delas atendeu quase 17 milhões de mulheres em todo o país nos últimos cinco anos. Este ano, o Sebrae lançou o curso Mulheres em Foco, trilha de conhecimentos para fortalecer habilidades socioemocionais e técnicas das empreendedoras brasileiras, com aulas online e gratuitas. Criou, ainda, cartilha com orientações para ajudar na identificação de casos de violência contra a mulher, com o intuito de promover a empatia no atendimento de mulheres que passam por essa situação.
"No Maranhão, as mulheres foram o público que mais buscou o Sebrae no ano passado, representando quase 234 mil dos atendimentos realizados. Este ano, já realizamos feiras, encontros e capacitações direcionadas às mulheres de negócios em diversos municípios maranhenses, além de estimularmos redes de empreendedorismo feminino", destaca a gerente da Unidade de Atendimento do Sebrae no Maranhão, Marina Lavareda.
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