BRASÍLIA - Em 2023, a comunidade ianomâmi enfrentou um aumento significativo de quase 50% no número de mortes, totalizando 308 óbitos, em comparação com 209 no ano anterior. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) divulgou esses dados preocupantes, que incluem informações até novembro.
A situação é particularmente grave entre as crianças: 162 menores de quatro anos morreram, com 104 desses óbitos sendo bebês de até um ano. As principais causas de morte foram doenças respiratórias, causas externas e doenças infecciosas e parasitárias. Esses números representam um aumento acentuado em relação à média dos últimos cinco anos.
O aumento das mortes em 2023 foi apenas superado pelo registrado em 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. O governo federal, em resposta à crise, entregou 30 toneladas de alimentos e aplicou 60 mil doses de vacinas na região. Além disso, decretou emergência sanitária na Terra Indígena Ianomâmi, restringindo o acesso ao local.
O aumento das mortes levou a críticas ao governo de Jair Bolsonaro e a uma investigação sobre alegações de genocídio e omissão de socorro. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, estão envolvidos nas ações de resposta.
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