Após Plano Diretor

Vereadores devem avançar com Lei de Zoneamento de São Luís na volta do recesso

Projeto ainda está em elaboração no Incid, órgão da Prefeitura de São Luís.

Gilberto Léda/ipolítica

Altura de edifícios deve movimentar debate sobre o assunto (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - A Câmara Municipal de São Luís retoma nesta segunda-feira (7) as atividades legislativas, conforme a Resolução Administrativa nº 104/23.

O ato, assinado pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSDB), foi publicado na edição do dia 28 de julho do Diário Oficial do Legislativo, e prorrogou por uma semana o recesso parlamentar, em virtude de serviços de manutenção do plenário Simão Estácio da Silveira.

No retorno às atividades, os vereadores da capital devem ter como principal missão no segundo semestre a atualização da Lei de Zoneamento de São Luís.

O dispositivo é uma espécie de complementação ao Plano Diretor, aprovado pelos parlamentares e sancionado pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) no primeiro semestre, após 17 anos sem modificações.

Nesse caso, o prazo final para a aprovação do texto atualizado é abril de 2024, segundo informou ao Imirante, na semana passada, a arquiteta especialista em Geoprocessamento e em Gestão Pública Municipal Érica Garreto, presidente do Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (Incid) de São Luís.

O órgão é responsável pela elaboração do texto-base que será enviado pela Prefeitura de São Luís à Câmara. “A Lei de Zoneamento tem que estar revisada em abril de 2024. Então, para que esteja revisada em abril de 2024, o Incid tem um cronograma”, destacou Garreto.

Ela explica, também, a principal diferença entre Plano Diretor e Lei de Zoneamento. “O Plano Diretor são regras macro, é o que dará diretrizes para as políticas de mobilidade, habitação, saneamento ambiental, saneamento básico. O Plano Diretor arma o tabuleiro e a Lei de Zoneamento dá as regras do jogo”, diz, acrescentando que, por analogia, o Plano seria a Constituição, e o Zoneamento, uma lei complementar.

Gabarito - Para a presidente do Incid, dois devem ser os principais temas de debate nesse momento de atualização da Lei de Zoneamento: o gabarito dos edifícios - que é quantidade máxima de pavimentos permitida - e o uso do solo na região do Porto Grande, no Rio dos Cachorros.

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“As pessoas acabam colocando muito foco na questão do gabarito, mas há outras coisas importantes, e uma delas é essa questão do uso, principalmente nessa área industrial, por que Plano Diretor aumentou a área urbana. Aquele trecho do Rio dos Cachorros, por exemplo, onde tem o Porto Grande, no Plano Diretor anterior aquela área toda era rural, e, agora, com o Plano Diretor de 2023, parte dessa área ficou urbana e parte ficou rural. Como aliar usos tão distintos e próximos? Então, essa é uma questão bem importante a ser trabalhada, focada e resolvida”, destacou.

Ela acrescentou, contudo, que reconhece haver uma “expectativa muito grande” em relação ao gabarito dos prédios - atualmente, o edifícios na capital maranhense só podem ter até 15 andares. “A expectativa é muito grande com relação a essa questão”, completou.

Audiência - Enquanto o Incid discute com entidades a formação do texto-base do projeto, há pouco que os vereadores possam fazer além de também promover debates sobre o assunto.

Neste sentido, ainda em abril deste ano, logo após a aprovação do Plano Diretor pela Câmara, o vereador Álvaro Pires (PMN) promoveu uma audiência pública para debater a formatação da Lei de Zoneamento.

O debate reuniu representantes de gestão municipal, controle portuário e meio-ambiente e terá a presença de palestrantes especialistas da área.

Ele admite, contudo, que pouco se conseguiu avançar depois disso. E afirma que é preciso empenho da Casa para que se aprove a nova lei com rapidez.

"Pouco se avançou com o zoneamento depois da aprovação do Plano Diretor. Temos que promover os devidos debates, é verdade, mas sem perder de vista a urgência da matéria, dada sua importância para o desenvolvimento da cidade”, completou.

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