Situação difícil

Familiares de pacientes reclamam de demora no atendimento e superlotação no Hospital da Criança em São Luís

As queixas se acumulam quanto a situação estrutural do prédio e da demanda de pacientes que, a cada dia, é maior.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 11/05/2023 às 06h49
Demora no atendimento causa reclamação de familiares de pacientes no Hospital da Criança. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - Demora no atendimento e enfermarias lotadas, essas são algumas das principais reclamações de famílias que buscam por atendimento no Hospital da Criança, em São Luís. As queixas se acumulam quanto a situação estrutural do prédio e da demanda de pacientes que, a cada dia, é maior.

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O Hospital da Criança recebe pacientes de outras cidades que buscam atendimento pediátrico. A estudante Vanessa Pereira enfrentou mais de cinco horas de viagem, de Pinheiro para São Luís, com o irmão doente e precisou esperar por atendimento dentro de uma ambulância.

"Lá em Pinheiro deram quatro bolsas de soro para ele e nada de fazerem nada. Os médicos nem eram pediatras, eram clínicos gerais que estavam atendendo, e nada deles darem uma resposta. E ele ficava tipo que desmaiando, sem comer nada, e agora ele está sentindo fome e o soro que faz ele não sentir com fome", conta.

Paciente espera por atendimento dentro da ambulância. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

Do lado de fora do hospital, a fila é resultado de problema antigo. Há 20 dias, fiscais sanitários fizeram uma inspeção no hospital e a Justiça do Maranhão havia determinado que a unidade de saúde passasse por reforças e adaptações para adequar o funcionamento.

Segundo o secretário municipal de Saúde de São Luís, Joel Nunes, a regulação dos pacientes é um problema.

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"É sempre esse período aumentado de atendimento. Porém o surto ele passa daquela média esperada, isso que caracteriza um surto, epidemiológica mente falando. Portanto gente, nós estamos vivendo um período de surto de bronquiolite que nas crianças é um quadro grave, a gente atende, em média, cinco mil ou cinco mil e quinhentas pessoas. Nós já chegamos a atender, nas últimas semanas, sete mil crianças. É preciso entender que, de fato, todas as unidades estão lotadas. Seja do município, seja do estado ou até mesmo os particulares, por conta desse surto que estamos vivendo. Mas o hospital está de portas abertas com seus profissionais", explica Joel Nunes.

Com o hospital lotado, Adriana Moraes desistiu e foi embora com a filha em meio à uma crise de asma, devido a falta de medicamentos. A criança saiu com o acesso de soro ainda no braço já que, segundo a mãe, ninguém apareceu para retirar.

"Ela estava tão grave que ela chegou aqui e passou na frente de todo mundo para ser atendida. Ela foi atendida e quando chegou na sala nebulização não tinha erolin e só tinha soro. A moça fala que eu deveria voltar daqui há duas horas para atender minha filha, sendo que minha filha é asmática e nunca que eu vou deixar minha filha no meio de um monte de criança doente, que não sei nem qual doença é", desabafa.

Para a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA), a situação atual do Hospital da Criança põe em risco a vida dos pacientes.

"Essas denúncias são caracterizadas pela falta de estrutura, as mães estão ali lutando para comprar coisas básicas como água, às vezes remédio também. O hospital ele está ferindo o direito a vida, a pessoa vai buscar um reforço e uma necessidade de sair de emergência e ela volta a correr riscos devido à insalubridade do local", afirma Erick Moraes, presidente da comissão.

A dona de casa Natália Santana reclama que esperou por horas por uma ambulância para levar o filho dela para fazer uma tomografia em outra unidade hospitalar.

"Esperando uma ambulância para levar ele para outro hospital para fazer uma tomografia e até agora nada. Meu filho com fome, a ambulância já saiu mais de três vezes e nunca chamaram ele. Sempre vou atrás de resposta e eles nunca me dizem nada, só jogando um para cima do outro e ninguém fala nada", disse. Natália Santana.

Assista aqui a reportagem de Murilo Lucena.

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