SÃO LUÍS - Membros da bancada maranhense no Congresso comentaram nesta semana, em entrevistas ao Imirante, as fortes críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores realizada na segunda-feira (18).
Na ocasião, o chefe do Executivo federal alegou que pode haver fraudes à votação em urnas eletrônicas, desaprovando a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para todos os maranhenses que se posicionaram, a fala do presidente da República configura-se como “ataque" ou “ameaça" à democracia.
"Grave e inaceitável ameaça à democracia, sim. Absurdo que repudiamos, assim como repudiada por diplomatas, juristas, lideres no Brasil e mundo. Como sempre digo, Bolsonaro é totalmente indigno da Presidência”, destacou o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB).
Para o deputado federal petista Zé Carlos, a postura de Bolsonaro sobre o tema eleições revela uma preparação para possível “ruptura institucional” em caso de derrota nas urnas em outubro.
"Indiscutivelmente é ataque à democracia e ao mesmo tempo uma preparação pra agir igual ao Trump após a derrota no próximo dia 2 de outubro, tentar uma ruptura institucional”, destacou.
"Ao divulgar mentiras sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro cometeu crimes em série, tipificados no Código Penal, além de abuso de poder político e de autoridade. O TSE cassou o mandato do deputado Francischini exatamente por disseminar mentiras sobre as urnas eletrônicas. E essa decisão foi confirmada pelo STF”, foi a opinião de Rubens Júnior, também deputado federal do PT.
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Já o senador Weverton Rocha (PDT) classificou as declarações como “questionamentos descabidos”.
“O sistema de votação pelas urnas eletrônicas já se provou há muito tempo como o melhor, um exemplo para o mundo. Questionar isso não é só um equívoco, é negar o inegável. A democracia brasileira e suas instituições não serão abaladas por questionamentos descabidos”, afirmou.
Manifestação - Três dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) emitir as críticas, o procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou em seu canal no YouTube um vídeo com trechos de uma entrevista concedida no dia 11 de julho no qual ele defende as eleições.
"Nós não aqui aceitamos a alegação de fraude, porque nós temos visto sucesso da urna eletrônica, ao longo dos anos, especialmente, no que toca à lisura dos pleitos", afirmou Aras na gravação.
Discurso - O caso repercutiu até na Academia Brasileira de Letras (ABL). Em discurso como orador na solenidade de 125 anos da Casa, em evento na sua sede, no Rio de Janeiro, o ex-presidente José Sarney (MDB) rebateu as falas do chefe do Executivo federal.
"Infelizmente, não é só a cultura brasileira que precisa, neste momento, ser defendida. Fui o presidente que conduziu a transição democrática, tenho a responsabilidade pessoal de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres, sob a vigilância segura do Supremo Tribunal Federal”, disse, interrompido por aplausos.
Saiba quem disputa as eleições em São Luís.
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