SÃO LUÍS - Dados do Observatório de Políticas Públicas LGBT, o Maranhão é o sétimo Estado com o maior registro de crimes de homofobia do país. Segundo o levantamento, em 2020 foram registradas 10 mortes de homossexuais no Estado, mas é possível que este número seja maior devido à subnotificações.
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Muitas vezes, o preconceito e a violência são iniciados dentro do ambiente familiar. Em São Luís, uma casa de apoio tem buscado acolher essas pessoas em situação de vulnerabilidade. A presidente do instituto, Raisssa Mendonça, junto com outras pessoas, uniu forças e criou a casa Flore-ser, mas, segundo ela, a demanda é grande, o que requer ajudar.
“A nossa população é a mais excluída, a mais morta em nosso país. Vendo a necessidade de um trabalho que realmente desconstruísse essa cultura nós resolvemos criar a Casa Floreser Maranhão. Nós temos 12 pessoas acolhidas na casa, porém nós temos uma fila de mais de 50 pessoas que nos procuram para serem acolhidos e nós não detemos de estrutura suficiente. A nossa estrutura física é até para 90 pessoas. Hoje nós temos só esse número por falta de parceria”, disse Raissa Mendonça.
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De acordo com um relatório mundial, de 325 assassinatos de transgêneros registrados em 71 países nos anos de 2016 e 2017, 171 casos foram registrados no Brasil, o que coloca o país em primeiro lugar no ranking dos que mais matam pessoas trans no mundo.
A vice-presidente do instituto diz que a intolerância começa, em sua maioria, no seio familiar. “A intolerância começa no seio da família simplesmente, puramente porque não conseguem lidar com a diversidade sexual e, principalmente, pessoas trans que o Brasil justamente ocupa esse ranking, onde o maior número de pessoas trans no mundo são assassinadas é o Brasil”, revelou.
Campanha de conscientização
O Tribunal de Justiça do Maranhão lançou a campanha “LGBTFOBIA não é opinião, é crime”. A ideia é conscientizar a população sobre os riscos do preconceito que colocam o estado em 7º lugar no ranking nacional de crimes contra homossexuais.
Segundo o servidor do Tribunal de Justiça, Luciano Vilar, a violência contra a pessoa LGBT era muito difícil de ser quantificada aqui no Maranhão porque até pouco tempo atrás não havia a especificação nos boletins de ocorrência.
“A violência contra a pessoa LGBT era muito difícil de ser quantificada aqui no Maranhão porque até pouco tempo atrás não havia a especificação nos boletins de ocorrência da tipificação de crime, de motivação, de motivação homofóbica, transfóbica, etc. Espera-se que agora seja mais fácil tabular esses tipos de dados para que mais políticas públicas possam ser desenvolvidas para proteger essa população e conscientizá-las cada vez mais dos seus direitos”, finalizou Luciano Vilar.
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