Casal de lésbicas diz ter sido alvo de homofobia durante sorteio feito por prefeitura
Segundo o casal, os organizadores do evento não quiseram entregar o prêmio para a ganhadora, Maria Gisleia, porque, segundo eles, ela não poderia “ser mãe por ser lésbica”.
CENTRO NOVO DO MARANHÃO - No último domingo (12) um casal de lésbicas afirma ter sido vítima de lgbtfobia durante um sorteio de feito em celebração ao Dia das Mães. O caso teria acontecido na cidade de Centro Novo do Maranhão, interior do Estado.
Segundo Tatiele de Sousa e Maria Gisleia, elas ganharam uma geladeira durante um sorteio de dia das mães organizado pela Prefeitura da Centro Novo do Maranhão, mas alegam que foram impedidas de levar o prêmio para casa após terem sido vítimas de homofobia.
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As duas estavam juntas no evento. De acordo com o casal, os organizadores não quiseram entregar o prêmio para a ganhadora, Maria Gisleia, porque, segundo eles, ela não poderia “ser mãe por ser lésbica”. Tatiele de Sousa e Maria Gisleia alegam que a organização ainda disse que ela deveria participar de outro sorteio, o do Dia dos Pais para conseguir a premiação.
Maria diz que foi alvo de insultos preconceituosos ao ser chamada para receber a geladeira pelo homem que fazia o cerimonial do evento. Usando o microfone para tentar justificar o porquê dela não poder levar o prêmio, o homem teria dito que ela não poderia engravidar e que lá não era o lugar dela.
“A gente tem dois filhos que a gente cria há mais de 4 anos juntas. São as coisas que ele falou, dizendo que eu não podia parir, que eu era ‘sapatona’, que lá não era meu lugar, que meu lugar era no dia dos pais”, disse Maria.
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Maria é mãe de criação de dois filhos de Tatiele, que não entendeu por que a esposa não pôde ficar com o prêmio e se revoltou com o caso. Mesmo não sendo mãe biológica, Tatiele disse que Maria é mãe sim, pois elas criam os filhos juntas.
“Ele jogou na cara de todo mundo que ela não pode ser mãe porque ela é lésbica, porque ela mora comigo. Ela já é mãe, não tem esse negócio de poder, não. Ela cria dois filhos aqui em casa”, relatou Tatiele.
Para registrar o boletim de ocorrência do crime nesta terça-feira (14), as duas vítimas, Tatiele de Sousa e Maria Gisleia, tiveram de ir até a cidade de Maracaçumé, pois tem delegacia de polícia em Centro Novo do Maranhão.
Casos como esse são considerados crimes de lesbofobia e a pena varia de 2 a 5 anos de prisão.
Em nota, a Prefeitura de Centro Novo do Maranhão disse que não compactua com qualquer crime de ato discriminatório, em relação à orientação sexual ou identidade de gênero e está investigando a postura do servidor público.
Em relação à falta de delegacia na cidade, a Secretaria de Segurança Pública do MA (SSP-MA) disse que tem feito investimentos para ampliar o efetivo, mas não deu detalhes sobre a falta de delegacia e nem o que será feito para sanar esse problema no município.
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