Crime bárbaro

Começa julgamento de seis acusados de linchar homem amarrado em poste

Seis réus são acusados do linchamento de Cleidenilson Pereira da Silva e tentativa de homicídio de um adolescente em 2015, no Jardim São Cristóvão.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 26/03/2022 às 18h01
Vítima da tentativa de homicídio sendo ouvida. Foto: Divulgação.

SÃO LUÍS - Começou na manhã desta terça-feira (22), no Fórum Des. Sarney Costa, em São Luís, o julgamento de Élio Ribeiro Soares, Ismael de Jesus Pereira de Barros, Ivan Santos Figueiredo, Cícero Carneiro de Meireles Filho, Marcos Teixeira Barros e Waldecir Almeida Figueiredo, acusados do linchamento de Cleidenilson Pereira da Silva e tentativa de homicídio de um adolescente.

Os crimes foram praticados no dia 6 de julho de 2015, por volta das 15h30, no bairro Jardim São Cristóvão. A sessão de julgamento é presidida pelo juiz Gilberto de Moura Lima, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Em dezembro de 2020, foram julgados e absolvidos em júri popular pelos mesmos crimes os acusados Alex Ferreira da Silva, Raimundo Nonato Silva e Felipe Dias Diniz, por não existir prova suficiente para a condenação.

No julgamento de hoje, a acusação fica com o promotor de Justiça Rodolfo Reis. Na defesa atuam os advogados Ítalo Leite, Luanna Andrade, Paulo Sérgio Ribeiro e Nathan Chaves. Foram arroladas 18 testemunhas. Como medida de prevenção da Covid-19, haverá controle de acesso ao salão do júri. É obrigatório o uso permanente de máscaras para todos; e para o acesso ao prédio do Fórum é exigida a apresentação do comprovante de vacinação contra o coronavírus, como determina a Portaria-GP Nº 48/2022.

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Devido à quantidade de testemunhas a serem ouvidas perante o Tribunal do Júri, sendo previsível o alongamento da sessão de julgamento, ainda no ano de 2020 o magistrado desmembrou o processo para julgamento em duas sessões. A medida também foi adotada devido à situação de pandemia do novo coronavírus.

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Alex Ferreira da Silva, Raimundo Nonato Silva e Felipe Dias Diniz foram julgados no dia 1º dezembro de 2020 e absolvidos pelos jurados. O júri dos demais réus ocorreria dois dias depois, 3 de dezembro, mas foi adiado em razão de pendência de julgamento, pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, de pedido de suspeição do magistrado feito pela defesa. O TJ não acolheu o pedido e o júri ocorre nesta terça-feira.

Crimes

Os acusados foram pronunciados, ainda em outubro de 2017, para irem a júri popular pelos crimes de homicídio consumado, na sua forma qualificada, por uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa do ofendido, assim como homicídio qualificado por uso de meio cruel e recurso que dificultou a defesa do ofendido, na sua forma tentada (tentativa de homicídio), conforme a denúncia do Ministério Público, recebida pela 2ª Vara do Júri no dia 06 de junho de 2016. Todos os réus foram interrogados em juízo.

De acordo com a denúncia, os acusados assassinaram Cleidenilson Pereira da Silva, conhecido como "Xandão", e tentaram matar um adolescente, mediante espancamentos, com chutes, socos e pontapés, pauladas e gargalo de garrafa, conforme atestam os laudos de exame cadavérico e lesões corporais que constam nos autos. Os crimes ocorreram na rua Coronel Abílio ou Jaime Costa, no bairro Jardim São Cristóvão, em São Luís.

Cleidenilson Pereira foi amarrado a um poste e morto por populares, por ser suspeito de ter assaltado um bar. Foto: Biné Morais/Arquivo/O Estado do Maranhão.

O crime teve repercussão nacional e internacional pela crueldade da agressão sofrida pela vítima. Após ter sido agredido, Cleidenilson foi despido e amarrado a um poste até a morte. De acordo com a polícia, Cleidenilson e o adolescente estavam de bicicleta quando resolveram assaltar, a mão armada, o restaurante de Waldecir Almeida, um dos réus pelo crime.

No decorrer do assalto, Cleidenilson foi interceptado por Raimundo Nonato que empurrou uma mesa contra ele. Logo depois, Élio Ribeiro e Waldecir atacaram Cleidenilson e o impediram de efetuar disparos.

O adolescente tentou fugir, mas foi derrubado da bicicleta. Em seguida, começaram as agressões. Ele ainda foi agredido com vários socos e chutes por Ivan Santos. A Polícia Civil informou que o adolescente precisou se fingir de morto para não ser mais violentado.

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