Operação ''Fiat Lux''

Operação da PF e PRF apura clonagem de 3,3 mil veículos do Exército no Maranhão e em outros 10 Estados

De acordo com as investigações, prejuízo chega a R$ 500 milhões.

Imirante.com, com informações da PF

Atualizada em 26/03/2022 às 18h15
Ao todo, mais de 400 Policiais Federais e Rodoviários Federais cumprem 82 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. (Foto: Divulgação / Polícia Federal)

SÃO LUÍS - Uma operação, denominada Fiat Lux, foi deflagrada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Maranhão e em outros 10 Estados brasileiros, com a finalidade de coibir crimes contra o sistema veicular brasileiro. Até o momento, a Força-Tarefa identificou cerca de 10 mil adulterações em veículos. Desse total, mais de 3.300 fraudes ocorreram em viaturas do Exército Brasileiro.

Ao todo, mais de 400 Policiais Federais e Rodoviários Federais cumprem 82 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. Além do Maranhão, a operação Fiat Lux ocorre, simultaneamente, em São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná e Pernambuco.

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O Poder Judiciário, a pedido da Polícia Federal, determinou o afastamento das funções de 95 servidores do Detran. 85 são servidores do Detran-SP; sete, do Detran-TO; e três, do Detran-MG. 20 despachantes também foram afastados de suas funções no Estado de São Paulo.

Investigação

O Inquérito Policial, instaurado no fim de 2020, teve origem após ter sido detectada a clonagem de veículos do Exército. Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente com objetivo de obter documentos legítimos, de forma a tentar “legalizar” veículos oriundos de roubo ou furto.

A investigação apontou que as "clonagens" dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes.

Equipes do Exército prestaram apoio logístico durante a deflagração da operação Fiat Lux, sendo relevante ressaltar que a investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes.

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A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo prestou apoio na ação.

Crimes ao sistema financeiro

Além da clonagem de veículos, a operação também identificou uma outra prática criminosa. Contando com a participação de servidores do Detran, cooptados pelo esquema criminoso, os envolvidos "criavam" veículos. Estes veículos fictícios existiam apenas no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito permitindo, assim, a realização de financiamentos e a participação em consórcios. Em razão desta falsificação, os veículos eram dados como garantia em operações financeiras, configurando crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

Crimes fiscais

A investigação também apontou que servidores do Detran e despachantes inseriam, no Sistema Federal de Registro de Veículos Automotores, automóveis comprados na Zona Franca de Manaus - com isenção de PIS e Confins - e emplacavam indevidamente esses carros em São Paulo para burlar a fiscalização.

Com essa prática, o abatimento ilegal de cada veículo, a maioria caminhonetes, girava em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil.

Após isso, os veículos eram revendidos sem recolhimento dos impostos, tendo sido identificado o uso de documentos falsificados em aproximadamente 300 automóveis.

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares identificadas pela investigação soma mais de R$ 500 milhões, sendo que em 10 meses de atuação foram recuperados R$ 35 milhões em veículos, entre eles: caminhões, caminhonetes e automóveis de luxo.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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