Sem acordos, greve dos rodoviários deve seguir no fim de semana na Grande São Luís
Mesmo após audiência entre representantes do rodoviários e da classe patronal na Justiça do Trabalho, as partes não chegaram a um consenso e não houve conciliação.
SÃO LUÍS - A greve dos rodoviários deve seguir no fim de semana na Grande São Luís. Mesmo após audiência entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) e dos empresários do setor de transportes de passageiros de São Luís as partes não chegaram a um consenso e não houve conciliação. Diante da situação, a desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), relatora nas duas ações da atual greve dos rodoviários em tramitação no Tribunal, disse que vai proferir sua decisão ainda nesta sexta-feira (18) sobre a paralisação.
Audiência na Justiça do Trabalho
Ao iniciar a audiência, a desembargadora disse que a Justiça do Trabalho do Maranhão não tolerará mais a paralisação no transporte coletivo que vem lesando a sociedade de uma forma cruel. “Não podemos mais aceitar que a população seja prejudicada”, afirmou. A desembargadora afirmou que a paralisação 100% da frota é ilegal e inaceitável, pois se trata de um serviço essencial e a legislação sobre a greve é bem clara quando estabelece um percentual mínimo para ser mantido em caso de paralisação.
Portanto, a decisão da Justiça do Trabalho será no sentido de garantir o restabelecimento dos serviços e pôr fim ao sacrifício imposto à população de São Luís e de toda a Região Metropolitana que utiliza o sistema de transporte coletivo. A desembargadora observou que além da arbitrariedade da paralisação existe a inércia do Município de São Luís, órgão cedente dos serviços de transportes coletivos, e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), que são obrigados pela lei de greve a atuar no sentido de garantir a atividade essencial.
Além dos representantes dos sindicatos dos rodoviários e patronal e respectivos advogados, participaram ainda da audiência, o procurador do trabalho Roberto Moreira; representantes da Procuradoria Geral do Município e da Secretaria do Governo de São Luís; e da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB).
Greve continua
Já o presidente do Sttrema, Marcelo Brito, em entrevista à rádio Mirante AM, após a convocação de uma assembleia sindical também na tarde desta sexta-feira, afirmou que o sindicato esperava que a classe patronal apresentasse uma contraproposta para a que já foi feita pelos rodoviários.
"Eles continuam nos enfrentando, enfrentando justiça, enfrentando os gestores dessa cidade e insistir em dizer que não têm condição de dar aumento e com retirada de cobrador. É inadmissível um negócio desse", disse o presidente do Sttrema.
Ouça a entrevista:
Terceiro dia de greve
A manhã desta sexta-feira começou igual aos dois dias anteriores, conforme o Imirante.com vem mostrando: sem ônibus do sistema público nas ruas. A população que precisa de transporte público para chegar ao seu destino acaba tento que desembolsar e enfrentar aperto e aglomeração em veículos menores e lotados, como as vans, por exemplo.
O trabalhador que já tinha a passagem de ônibus garantida no cartão arca com mais uma despesa para conseguir honrar com seus compromissos ou conta com a boa vontade dos patrões e amigos que oferecem carona.
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Reivindicações dos rodoviárias
- Reajuste salarial de 15%;
- Aumento do ticket alimentação para R$ 800;
- Inclusão de mais um dependente no plano de saúde;
- Regularização dos salários atrasados,
- Assegurar os empregos dos cobradores de ônibus.
- A categoria também reclama dos constantes casos de violência dentro dos coletivos.
Encontro dos rodoviários com o prefeito Eduardo Braide
Em greve há três dias, um grupo de rodoviários realizou protesto na manhã desta sexta-feira, na porta da prefeitura de São Luís, situada na praça Pedro II, no Centro Histórico da capital maranhense, cobrando um posicionamento do prefeito Eduardo Braide sobre as reivindicações da categoria.
O prefeito foi ao encontro dos trabalhadores grevistas e afirmou que não há motivos para que os direitos trabalhistas dos rodoviários não estejam sendo cumpridos. Ainda segundo Eduardo Braide, o Município cobrará das empresas o motivo pelo qual o dinheiro que a Prefeitura tem enviado ao setor do sistema de transporte público não está chegando os trabalhadores.
"Primeira coisa, eu estou com vocês. Segunda coisa, não há nenhum motivo para que os direitos trabalhistas de vocês não estejam sendo cumpridos. Contrato é para ser cumprido. Quando eu aceitei, ainda no ano passado, que o município disponibilizasse um auxílio emergencial ao setor de transporte público, está lá na cláusula do acordo, esse valor todo tem que ser destinado para vocês, trabalhadores. O que a gente vai fazer agora é cobrar o que a gente já tem feito, notificar das empresas por que que o acordo não está sendo cumprido. Por que que o dinheiro que a Prefeitura está passando ao setor do sistema de transporte público não está chegando até vocês", disse o prefeito.
Aos rodoviários, o prefeito Eduardo Braide garantiu também que não há motivos para demissões de profissionais da categoria do sistema de transporte público da capital maranhense.
"E, agora, eu vou dizer a vocês, se tiver o apoio de vocês, se tiver junto com vocês, nós vamos tomas todas as medidas necessárias para acabar com essa situação do sistema de transporte público de São Luís vive há muito tempo. O trabalhador tem que ser respeitado, a população tem que ser respeitada e o município vai ser respeitado. Uma coisa eu garanto a vocês, não há motivo para falar de demissão de ninguém", afirmou Braide.
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