SÃO LUÍS - O governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou, durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (12), que prorrogou, até o dia 21 de março, as medidas restritivas para combater o avanço da Covid-19 que estão em vigor desde o último dia 5 de março.
As únicas alterações feitas é que, a partir de segunda-feira (15), estará suspenso o funcionamento de bares e restaurantes até o dia 21 de março na Grande São Luís (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa). Segundo o governador, será somente na Grande Ilha, pois é onde há maior incidência de casos da Covid.
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Quanto as igrejas, elas só poderão fazer cultos com ocupação máxima de 30% e devem continuar seguindo as demais medidas de segurança, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social.
As aulas continuam suspensas, e o comércio na Grande São Luís deve continuar funcionando de 9h às 21h, com exceção dos estabelecimentos que conseguiram obter autorização para funcionar em outro horário.
Dino destacou que resolveu determinar o fechamento dos bares e restaurantes por uma semana, pois os locais são propícios para o não uso de máscaras.
“Todos os médicos, profissionais de saúde, cientistas têm lembrado que os bares e restaurantes são os locais propícios, obviamente, a que a pessoa não use máscara. Ambiente normalmente fechado, aglomerado, sem máscara. Por que elas estão sem máscara? Óbvio, elas estão comendo, estão bebendo e isso tem sido uma medida adotada em todos os Estados. O Ceará adotou ontem o lockdown, São Paulo, praticamente lockdown, vários Estados. Eu creio que essa é uma medida extrema que, no caso do Maranhão, nós podemos ainda percorrer caminhos”, declarou o governador.
Na última segunda-feira (8), o governador havia dito durante uma coletiva de imprensa, que as medidas restritivas de combate à Covid-19 no Maranhão, anunciadas no dia 3 de março, não tinham gerado um efeito concreto até o momento. Flávio Dino disse, ainda, que diante disso, novas medidas restritivas deveriam ser anunciadas ou prorrogadas por mais dias.
E, nesta sexta, antes de anunciar a prorrogação das restrições, o governador afirmou que as medidas tomadas são para proteger o dinheiro público e cuidar da saúde da população.
“Não é pelo gosto, não é pelo desejo de interferir na empresa, na família ou na escola, mas porque nos cabe proteger o dinheiro público”. É em nome do zelo ao dinheiro público, é que estamos editado medidas preventivas. Em nome da saúde de toda a população, que me cabe cuidar, é que lamentavelmente neste momento, excepcionalmente, nós precisamos exercer uma atribuição que compete aos governos”, destacou.
Sobre a possibilidade de decretar lockdown, o governador disse que não é algo descartado, mas está lutando para que não seja adotado.
“Nós estamos buscando, ao máximo, evitar o lockdown, porque nós não temos nesse instante, em nível nacional, auxílio emergencial para a população. Nós estamos preocupados com a subsistência das famílias. Não é uma hipótese descartada, pode existir, nós estamos lutando para que não cheguemos a isso. E basta que todo mundo que é contra o lockdown colocar a máscara, só isso. E cobrar que todas as pessoas que entrarem em seu estabelecimento comercial use também. Eu não entendo a resistência pra que as pessoas usem máscara e protejam a si e suas famílias”, declarou.
Suspensão de aulas nas escolas particulares
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Flávio Dino decretou que as aulas presenciais continuem suspensas tanto na rede pública quanto estadual. O governador também falou da decisão do governo do Estado em suspender as aulas nas escolas particulares e afirmou que não se trata de interferir na vida privada das famílias, mas de buscar a proteção das pessoas.
“De fato, não cabe a mim, não cabe ao governo cuidar individualmente do filho ou filha das famílias do Maranhão, isso é uma atribuição primacial de cada família. Contudo, por sobre o interesse individual de cada família, está o interesse coletivo, de proteção de todas as crianças, de seus próprios pais, de todos os jovens, de todos os professores”, afirmou.
Falta de oxigênio em hospital de Bacabal
O governado também confirmou que houve falta de oxigênio no hospital municipal de Bacabal na noite dessa quinta (11) e, por isso, pacientes com covid tiveram que ser transferidos para o Hospital Regional Laura Vasconcelos de Bacabal e o Hospital Regional Rubens Jorge, em Lago da Pedra.
“Tivemos ontem na cidade de Bacabal uma dificuldade de abastecimento do oxigênio do hospital municipal, hospital organizado pela prefeitura. Fomos demandados pela prefeitura para ajudar no enfrentamento desta crise”, confirmou o governador.
Dino destacou que, durante a pandemia, o governo do Estado é o que está arcando com a maior parte dos serviços de saúde.
“Sabemos que no atual momento da crise sanitária no Maranhão, a maior demanda está sendo para o sistema estadual de Saúde. É para lá que se destinam, todo os dias, ambulâncias, vindas dos municípios. Temos feito isso todos os dias, assumindo, em todas as cidades do Maranhão, inclusive na capital São Luís, recebendo ambulância dos serviços municipais e procurando absolver na rede estadual, esse é o SUS”, declarou.
Vacinas
Flávio Dino falou sobre a pretensão dos Estados em adquirir vacinas contra a Covid-19 diretamente dos fabricantes, mas ressaltou que é preciso ter uma forma legal de fazer isso, já que essa função cabe ao Ministério da Saúde. O governador destacou que, nessa quinta (11), os nove governadores do Nordeste se reuniram com o ministro da Saúde para falar sobre a possibilidade de comprar doses da vacina russa Sputnik.
“Nós dissemos que temos um pré-contrato com uma empresa russa, um acordo para compra dessas vacinas e questionamos se o Ministério da Saúde queria comprar as doses, a resposta foi que sim. Hoje está prevista a assinatura desse contrato pelo Ministério da Saúde. Caso o Ministério não efetue essas compras hoje, aí a decisão é que cada Estado vai fazer suas próprias compras de vacina”, afirmou Flávio Dino.
Sobre as doses das vacinas coronavac e astrazeneca, o governador afirmou que o Maranhão já recebeu 515 mil doses dessas vacinas e já distribuiu 338 mil. Já no sistema de imunização do Ministério da Saúde conta a aplicação de apenas 283 mil doses no Estado, o que mostra uma distância entre as doses enviadas e aplicadas.
Flávio Dino destacou que a determinação de que só receberiam novas doses os municípios maranhenses que comprovassem, no mínimo, 60% de aplicação das vacinas recebidas, surtiu efeito. Antes, apenas 42 cidades tinham cumprido essa meta, agora 212 conseguiram alcançar o objetivo e apenas 5 ainda não conseguiram chegar a 60% de aplicação.
Diante desse quadro, o governador afirmou que vai subir a meta para 70%. Ou seja, novas doses só serão distribuídas, se os municípios atingirem 70% de aplicação das vacinas recebidas.
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