Covid-19

Especialistas explicam consequências da falta de doses para novos grupos

Média de vacinados teve queda em São Luís, nessa terça (9), após faltar vacina para novos públicos.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h04

SÃO LUÍS – O número de vacinados contra a Covid-19 na capital, nessa terça-feira (9), subiu bem pouco, segundo o vacinômetro divulgado pela Prefeitura de São Luís. Isso se explica pela paralisação da aplicação da vacina em novos públicos.

Desde o dia 24, após São Luís receber mais 10.360 doses da vacina CoronaVac, o ritmo de vacinação vinha sendo constante, com média diária de 2 mil aplicações de doses nos grupos prioritários. Veja os números divulgados pela Prefeitura de São Luís mostrando a evolução da cobertura vacinal contra a Covid-19:

Arte: Neto Cordeiro/Imirante.com.

Vale lembrar que houve o dia em que apenas profissionais de saúde foram vacinados e não ocorreu a imunização de idosos, o que explica uma menor elevação nos números entre os dias 6 e 7.

Na segunda-feira (8), a Prefeitura de São Luís divulgou, por meio de rede social, que fica paralisada a convocação de grupos para a vacinação enquanto não chegarem novas doses. Apenas aqueles que ainda precisam tomar a segunda dose estão sendo imunizados desde ontem.

Os dados mostram que entre segunda-feira (8) e ontem (9) foram aplicadas apenas 616 doses a mais em São Luís, enquanto que em outros dias essa taxa tinha aumento expressivo em torno de 2 mil aplicações.

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Ao Imirante.com, o epidemiologista Dr. Antônio Augusto explicou que “nesse momento, infelizmente, a vacinação não será capaz de reduzir a transmissão, pois a cobertura ainda é muito baixa”. Ele acrescentou que é preciso vacinar pelo menos 30% a 50% para se ter impacto mais perceptível na transmissão do vírus.

O epidemiologista considera que um problema para a falta de doses nesse momento foi o atraso na assinatura de acordos com os fabricantes de vacina no ano passado. “O governo federal optou por assinar contrato com apenas um fabricante, a AstraZeneca, enquanto outros países assinaram contratos de risco com 4 a 6 fabricantes. Foi um erro e agora estamos pagando por ele”, disse.

O Imirante também ouviu a bióloga e doutora em Imunologia, Rosane Guerra, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que disse que o maior problema da escassez de doses de vacinas é a exposição às variantes do coronavírus. “O maior risco é surgirem novas variantes, pois a taxa de transmissão ainda está muito elevada. Esse contato entre pessoas vacinadas com as não, por períodos indeterminados pode ser um risco. Adicionalmente, seguiremos com aumento no número de óbitos, o que por si só, já é muito danoso”, afirmou.

A Prefeitura de São Luís comunicou ainda na segunda que assim que as novas doses forem disponibilizadas ao município, novos grupos de vacinação serão convocados, obedecendo aos critérios estabelecidos pelo Plano Nacional de Imunização.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou o início da distribuição de mais 2,6 milhões de doses da vacina contra a covid-19 CoronaVac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. A entrega deve ser concluída nesta quarta-feira (10) de forma proporcional a cada Estado e ao Distrito Federal.

Segundo a pasta, a distribuição a Estados e ao Distrito Federal ainda depende “da real entrega dos quantitativos de doses pelos laboratórios fornecedores dos imunizantes”. Em nota sobre o assunto, o Ministério da Saúde acrescentou que em razão de obstáculos na obtenção dos insumos ainda não há um “fluxo regular de produção da vacina”.

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