Crise

''Vamos começar o ano letivo, mas não vamos terminar'', diz Natalino Salgado

Reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) reafirmou que a universidade está sofrendo uma crise financeira grave.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h40
(Foto: Flora Dolores/O Estado)

SÃO LUÍS - O reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Natalino Salgado, reafirmou, nesta terça-feira (18), em entrevista à Rádio Mirante AM, que a UFMA está sofrendo uma crise financeira grave. Nessa segunda-feira (17), o reitor se manifestou em uma rede social sobre os problemas da universidade e alertou que os cortes feitos pelo governo federal na área da Educação podem comprometer as atividades na UFMA.

"Na verdade, a universidade não está parada e não vai parar. Ela cresceu muito, se interiorizou, mas nós estamos com dificuldades orçamentárias depois de um corte violento do governo na Educação. Havia um compromisso em ouvir os reitores do sistema federal, mas não fomos ouvidos e o corte veio. Estamos vivendo uma crise financeira gravíssima. Os cortes chegam a 50% do capital em investimentos nas universidades, dinheiro que é usado para compra de livros, medicamentos, laboratórios, construção de espaços físicos e manutenção. Isso é um prejuízo e provoca desemprego. Cada universidade está fazendo um ajuste rigorosíssimo para tentar sobreviver", afirmou.

"Estamos mobilizando as bancadas políticas de todos os Estados e aguardando uma conversa com a nossa presidente. Quando ela esteve aqui no Maranhão, fui encontrar pessoalmente com ela e disse: 'Dilma, as universidades sofreram um corte brutal e não vão sobreviver. Você precisa ouvir os reitores'. Então, estamos aguardando essa reunião para mostrarmos que as universidades não podem ser penalizadas, não podemos tirar o sonho dos nossos jovens", ressaltou.

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De acordo com Natalino Salgado, o ano letivo na federal do Maranhão estará comprometido por causa dos cortes. "Estamos precisando de 18 a 20 milhões para pagar as contas até o final do ano. Nós vamos começar o ano letivo, mas não vamos terminar", disse.

Ainda segundo Natalino, a UFMA já demitiu 140 funcionários terceirizados. "A partir de setembro, a maioria das universidades não vai ter recursos para manutenção. Várias universidades já decretaram encerramento do semestre por inviabilidade financeira. Estamos querendo que retorne aquilo que foi aprovado no Congresso Nacional, não estamos querendo recursos novos", disse.

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