SÃO LUÍS - O número de casos da dengue notificados no ano passado apresentou uma diminuição em relação a 2012. Foram 27,9% menos casos de dengue no município de São Luís no último ano. Apesar da redução, São Luís apresenta um índice de médio risco para a infestação de dengue.
Segundo Pedro Souza Tavares, coordenador do Programa de Controle da Dengue, o levantamento do ano passado ainda não foi concluído e apresenta 1.070 casos de dengue. Mas a previsão é de que apenas um número pequeno de casos seja incorporado a esse total. Em 2012, foram notificados 1.485 registros de dengue em São Luís.
De acordo com um diagnóstico feito pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária Municipal, por meio do Programa de Controle da Dengue, São Luís apresenta um índice de médio risco para a infestação de dengue. O Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) mostrou também que o principal motivo disso é o armazenamento inadequado de água em residências que não recebem o abastecimento de água todos os dias.
Caixas d'águas destampadas são ideais para a reprodução do mosquito. Nos recipientes que são mantidos limpos, o mosquito encontra todas as condições necessárias para a infestação.
"A quantidade de chuvas tem a ver com a proliferação de mosquitos. Mas nosso grande problema de dengue é quanto ao armazenamento de água. Como dá água um dia sim e outro não, a população se vê obrigada a armazenar o líquido. Quando as chuvas começam, aumenta a preocupação porque há lugares abertos que dão condições para os mosquitos se proliferarem", explicou Pedro Souza Tavares.
Médio risco
De acordo com a tabela do LIRAa, o baixo risco ou índice satisfatório de infestação do mosquito e, consequentemente, o menor número de casos de dengue, é de 0 a 0,9%. O médio risco, de 1 a 3,9%. E o alto risco, acima de 3,9%. Em São Luís, o levantamento feito de 7 a 11 de outubro de 2013 mostrou que a capital maranhense apresenta um índice de 1,1%, que é considerado de médio risco.
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O levantamento foi feito com base na quantidade de imóveis da cidade, que inclui espaços como cemitérios, borracharias e outros pontos estratégicos. Para identificar as áreas com maior infestação, pelo menos 373 mil imóveis da cidade foram divididos em oito distritos, que foram separados em extratos.
Entre os bairros com maior risco de infestação de São Luís, estão a Cidade Olímpica, Cidade Operária e Vila Embratel. Na área do Centro, nos bairros Diamante, nas Coreias e no Monte Castelo, também há maior preocupação com a proliferação do mosquito da dengue.
Segundo os agentes de saúde Isabel Cristina Pinheiro e Luís Bispo, o lixo acumulado por moradores de rua do Centro, também oferece condições favoráveis para a criação de mosquitos assim como vários prédios abandonados.
Prevenção
Com base no levantamento, serão desenvolvidas ações de prevenção à dengue deste ano. Para o controle da dengue, São Luís tem o último repasse de recursos de R$ 2.958.877,70. O repasse feito em novembro de 2013 será utilizado para adequação e implementação das ações de combate à dengue, que já são desenvolvidas na cidade.
"É feito um trabalho a cada 60 dias em uma casa. Ou seja, os agentes de saúde passam em um imóvel a cada dois meses. Além desse trabalho que é de fato diário, tem o quinzenal, em pontos estratégicos que são cemitérios e borracharias e um tratamento mensal", explicou o coordenador Pedro Tavares.
Além da visita domiciliar de agentes de saúde, é feito um trabalho de recolhimento de pneus em parceria com a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). "Estamos tentando ao máximo retirar os pneus de todos os pontos de descarte da cidade. Nas áreas mais críticas, também há mutirões de limpeza e a educação em saúde é feita para orientar empresas e repartições sobre o controle da dengue", afirmou.
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