Aquecimento global

Prazo para assinar acordo de Copenhague é 'flexível', diz ONU

BBC

Atualizada em 27/03/2022 às 13h01

SÃO PAULO - O prazo para os países assinarem o acordo fechado durante a reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas realizada em dezembro de 2009 em Copenhague é "flexível", disse nesta quinta-feira (21) o secretário-executivo da Convenção da ONU para o clima, Yvo de Boer.

O chamado Acordo de Copenhague pede que os países enviem até o dia 31 de janeiro dados relativos ao quanto cada um vai cortar nas emissões de gases de efeito estufa.

Mas Yvo de Boer afirmou que a reunião de Copenhague não resultou no "acordo que o mundo precisa" para combater a mudança climática .

Neste final de semana, o grupo de países emergentes formado por Brasil, China, Índia e África do Sul deve analisar qual será a resposta do grupo.

Como países em desenvolvimento, a expectativa é de que os quatro não se comprometam com cortes nas emissões. Entretanto, conforme o previsto no acordo, esses países devem detalhar quais medidas serão tomadas para cortar o crescimento das emissões.

Sinais

Apesar de terem tido um papel decisivo na elaboração do acordo, há sinais de que os quatro países podem decidir não endossá-lo.

Previsões das fontes próximas ao bloco de quatro países sugerem que eles vão enviar seus planos, mas estes planos poderão não ser tão ambiciosos como as intenções que foram reveladas por estes países antes da reunião em Copenhague.

A União Europeia também indicou que vai enviar seus dados e apoiar o acordo, mesmo se este acordo não conseguir alcançar as "ambições mínimas" que o bloco queria em Copenhague.

Boer descreveu o acordo como uma "carta de intenções política".

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Para ele, os responsáveis pelas políticas ambientais de cada país agora estão em um "período de esfriamento" antes de iniciar as discussões sobre os objetivos para a próxima reunião sobre mudança climática da ONU, que deve ocorrer no final de 2010 no México.

"A janela de oportunidade relativa a esta questão está se fechando mais rápido do que antes", acrescentou.

Estados Unidos

Os comentários de Yvo de Boer vão gerar decepção entre os grupos de ambientalistas, que gostariam de ver um cronograma definido para mais negociações e medidas políticas durante 2010.

Também há preocupação entre os ambientalistas devido à eleição do republicano Scott Brown, para substituir o senador democrata Edward Kennedy para a cadeira de Massachusetts, no Senado dos Estados Unidos.

A eleição fez com que os democratas do partido de Barack Obama perdessem a maioria na casa.

Alguns ativistas ambientais temem que a eleição de Brown vá atrasar, enfraquecer ou prejudicar o progresso, no Senado, do projeto de lei Boxer-Kerry , que visa limitar as emissões de carbono.

No começo da semana, o senador pelo Estado de Dakota do Norte, Byron Dorgan, um democrata que é contra o projeto de lei, previu que o Senado "não vai aprovar uma lei de mudança climática este ano".

Já o vencedor da eleição para a cadeira do Senado, Scott Brown, já se pronunciou contra medidas para limitar as emissões de gases de efeito estufa dos Estados Unidos. Um ativista do Greenpeace, por outro lado, descreveu a vitória de Brown como "definitivamente, uma má notícia".

Mas, parece que, apesar das incertezas sobre as legislações do país, os Estados Unidos vão enviar seu compromisso para reduzir as emissões para o secretariado da convenção climática da ONU até o final de janeiro.

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