Durante reintegração de posse...

Cabo da Polícia Militar do Maranhão mata jovem durante reintegração de posse

Fagner Barros dos Santos morreu com um tiro na cabeça; Outras três pessoas ficaram feridas.

Liliane Cutrim e Ana Beatriz Costa/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h40

SÃO JOSÉ DE RIBAMAR – Uma reintegração de posse, na manhã desta quinta-feira (13), causou um confronto entre moradores de uma invasão na Vila Luizão, em São José de Ribamar, e a Polícia Militar do Maranhão. A confusão terminou em tragédia, deixando uma pessoa morta e três feridas.

Fagner Barros dos Santos foi assassinado com um tiro na cabeça. Foto: Divulgação

O jovem de 19 anos, identificado como Fagner Barros dos Santos, foi assassinado com um tiro na cabeça, disparado por um policial militar. Segundo populares, Fagner tinha um terreno na invasão e estava no local acompanhando a ação da polícia, que foi fazer a retirada dos invasores.

Fernanda Santos, irmã do jovem assassinado. Foto: Ana Beatriz Costa/Imirante.com

Testemunhas contam que, após o PM ter atirado em Fagner, a população correu pra cima do jovem, e o Grupo Tático Aéreo (GTA) começou a disparar bombas de efeito moral para dispersar o povo, para que a polícia pegasse a vítima. Segundo populares, os policiais pegaram o corpo do jovem e jogaram, displicentemente, na mala do carro da PM.

Além de Fagner Barros, mais três pessoas foram baleadas: uma criança, uma mulher e um homem. Ainda não foram divulgados os nomes dessas vítimas e nem o estado de saúde delas.

Truculência e despreparo da Polícia Militar

O terreno, que fica na sede do Sampaio Corrêa, na região da Vila Luizão e Turu, foi invadido há cerca de treze dias. Na manhã desta quinta-feira (13), cerca de 50 homens da Polícia Militar do Maranhão foram ao local para retirar os invasores.

Foto: Ana Beatriz Costa/Imirante.com

Segundo populares, a ação da polícia foi violenta. Mesmo com os invasores desarmados, os policiais começaram a atirar contra o povo, que estava em desespero com a saída forçada do terreno onde faziam suas casas.

População durante reintegração de posse. Foto: Ana Beatriz Costa/Imirante.com

No início da tarde de hoje, após a ação dos PMs, populares bloquearam a avenida Sampaio Corrêa. A polícia permanece de longe observando o movimento.

Foto: Ana Beatriz Costa/Imirante.com

Posicionamento da SSP-MA

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) se manifestou, por meio de nota, sobre a ação policial. Segundo a SSP, o tiro que matou o jovem Fagner foi disparado pelo cabo Marcelo Monteiro dos Santos, que integrava a operação de reintegração de posse. A secretaria afirma que o PM agiu sem ordens superiores e descumprindo a lei.

Ainda de acordo com a SSP, o governo do Estado do Maranhão repudia veementemente a atitude do policial, que já se encontra preso e será autuado em flagrante delito na Delegacia de Homicídios da Capital. O cabo responderá a processo, que vai apurar a responsabilidade dele no disparo.

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Veja, na integra, a nota da SSP-MA

Em cumprimento de ordem judicial, a Polícia Militar do Estado do Maranhão deflagrou na manhã desta quinta (13) operação para desocupação de prédio em área urbana, no Turu. Sem ordens superiores e em descumprimento à lei, o cabo Marcelo Monteiro dos Santos, que integrava a operação, disparou tiro contra um dos manifestantes que, infelizmente, veio a óbito.

O Governo do Estado do Maranhão repudia veementemente a ação isolada do policial, o qual já se encontra preso e será autuado em flagrante delito na Delegacia de Homicídios. Ele responderá a processo, que vai apurar responsabilidade do cabo que efetuou o disparo e do comandante da operação.

O Estado do Maranhão informa ainda que prestará toda a assistência necessária à família da vítima através da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular.

Outro caso de ação da PM

No último dia 6 de agosto, a Polícia Militar retirou, com bombas de efeito moral, populares que manifestavam na avenida Beira-mar, em São Luís, contra uma ordem de reintegração de posse na Vila Nestor, em Paço do Lumiar.

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