PORTO FRANCO – Parentes do líder camponês da região Epaminondas Gomes de Oliveira, que foi morto durante a Ditadura Militar, conseguiram, na Justiça, alterar a certidão de óbito, onde constava morte por desnutrição e anemia, agora diz que o líder foi morto por tortura. A mudança só veio depois de muita luta e 40 anos após a morte de Epaminondas.
Depois de décadas de luta para comprovar que o líder camponês foi torturado por militares do Exército e localizar os restos mortais em Brasília, para onde Epaminondas foi levado, ainda faltava mudar a causa da morte. A família, principalmente, o neto que leva o mesmo nome do avô nunca desistiu de lutar.
Os restos mortais de Epaminondas só foram encontrados porque no verso da certidão original, a primeira apresentada, constava a localização certa da cova, com uma numeração diferente do documento entregue à família.
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Dados antropológicos, perfil biológico, imagens do crânio, uma restauração dentária e até a roupa que ele usava quando foi sepultado foram determinantes para a confirmação. Só então, a família conseguiu a exumação dos restos mortais de Epaminondas.
Os legistas não encontraram lesões de tiro ou trauma, mas a Comissão Nacional da Verdade colheu mais de 40 depoimentos sobre o caso e concluiu que o líder camponês foi torturado com choques e espancamentos, no Maranhão e em Brasília. O que por decisão judicial, agora, consta como causa na Certidão de Óbito.
Epaminondas morreu aos 68 anos. Ele foi prefeito de Pastos Bons, onde nasceu, e estava no município de Ipixuna, no Pará, quando foi levado pelos militares. Em Porto Franco, foi um líder político inquieto com o regime imposto na época. Com a mudança na causa da morte garantida pela Justiça, a família acredita que foi um grande avanço no esclarecimento de violações dos direitos humanos na época da Ditadura Militar.
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