Meio Ambiente

PF detalha operação de combate a extração ilegal de madeira no MA

Presos serão trazidos para a Delegacia da PF em Imperatriz.

João Rodrigues e Rodrigo Ribeiro/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h31
Representantes da PF, MPF, IBAMA e Força Nacional de Segurança em entrevista coletiva concedida na sede da PF em Imperatriz. (Foto: Rodrigo Ribeiro/ Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – A Polícia Federal adotou Imperatriz como base para a Operação Hymenaea, deflagrada nesta quinta-feira (14), que tem por objetivo desarticular uma organização criminosa responsável pela extração e comercialização de madeira proveniente da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi, no noroeste e sul do Estado. Ao todo, a ofensiva deve cumprir, num dia, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e apreensão entre outras, que totalizam 77 medidas judiciais no Maranhão e Rio Grande do Norte.

De acordo informações da PF, a ação criminosa tem várias etapas e que já poderia ser combatida desde a primeira que diz respeito ao transporte da madeira. As investigações apontam que fraudes vinham proporcionando a engrenagem de toda a cadeia da madeira extraída ilegalmente, desde o transporte até o produto final.

O Procurador da República em Imperatriz, Hilton Araújo de Melo, disse que as fraudes constantes tem a participação de servidores públicos e que este momento da operação é para a reunião de todas as informações sobre a quadrilha.

“Tem o momento para emissão da DOF, que nós no Ministério Público Federal temos verificado que tem sido constante as fraudes, sejam com participação de servidores públicos, seja com adulteração de dados no sistema que é gerido pelo próprio IBAMA, que essa espécie de fraude está sendo avaliada aqui, inclusive com a participação de despachantes, pessoas com trânsito interno na Secretaria de Meio Ambiente, com a participação de servidor de um ou de outro”, disse o representante do MPF e acrescentou: “Este é o momento de colheita de provas, é possível que uma colheita de provas dentro do processo leve-nos a uma conclusão distinta da que tínhamos até dias anteriores ou novas participações(...), é o momento de agremiar informações que estão sendo colhidas”.

O superintendente da PF no Estado, Alexandre Silva destacou que a organização criminosa tinha uma espécie de núcleo dos fraudadores, que funcionava no Rio Grande do Norte. O bando, segundo ele, criou empresas fantasmas em nome de laranjas, em locais longínquos e de difícil acesso de cidades interioranas do Rio Grande do Norte onde eram confeccionados e vendidos um certificado digital para maranhenses que emitiam essa documentação para esquentar ou acobertar a madeira ilegalmente extraída.

“Nós temos uns trezentos policiais na região, em razão dessa organização criminosa tem histórico de violência e já estamos nos preparando para caso a incitação a violência ocorra possamos transferir os presos” disse o procurador geral da República em Imperatriz, Hilton Araújo de Melo. Conforme anuncio da PF, os presos serão todos transferidos para a delegacia da PF em Imperatriz.

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Sem citar nomes, uma praxe da PF, o coordenador de operações da PF, Roberto Cabral Borges disse, também, na coletiva realizada por volta de meio dia desta quinta-feira na sede da PF, que todo o material apreendido será analisado e vai dar base para um relatório que será encaminhado ao Ministério Público Federal, mas as ações vao além desse procedimento.

“(...)Paralelamente a isso, nós vamos intensificar o combate ao tráfico de madeiras no Maranhão. Vamos atuar com muita energia junto com a PRF, com o Ibama para reprimir e inviabilizar a atividade madeireira ilegal no Estado“, anunciou Cabral. Uma das táticas usadas nesta operação é a destruição de serrarias e não apenas o desmanches como em ações anteriores como medida para inviabilizar o retorno da atividade ilegal.

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