BRASÍLIA - Cerca de 10,8 milhões de eleitores de Portugal voltam às urnas nas eleições legislativas neste domingo. Os cidadãos votarão para escolher deputados da Assembleia da República, como é chamado o Parlamento português.
Os votos, diferentemente do que ocorre no Brasil, são para um partido, não em um candidato. O partido que obtiver mais votos pode ganhar o controle do Legislativo, mas só se conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento.
Nas eleições de 2022, o Partido Socialista (PS), de esquerda, obteve 117 das 230 cadeiras do Parlamento e conseguiu a maioria absoluta para governar, sem depender de alianças. Caso isso não ocorra, o partido vencedor pode tentar se associar a outras siglas até chegar ao número mínimo de assentos no Parlamento necessários para governar.
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Em Portugal, o regime não é igual ao Brasil. O país europeu funciona sob o regime semipresidencialista, formado por um presidente e por um primeiro-ministro. O país instabilidade política no país, depois da renúncia do primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, ocorrida em novembro do ano passado.
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Na eleição de Portugal o primeiro-ministro pode vir de um desses partidos coligados, escolhidos na eleição. Dois partidos despontam como favoritos para conquistar o maior número de cadeiras no Parlamento, mas nenhum tem maioria absoluta. Segundo pesquisa divulgada na sexta-feira (8), quem está à frente é a Aliança Democrática (AD), de centro-direita, com 34%. O Partido Socialista (PS), de esquerda, tem 28%.
O levantamento é do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, e foi feito para o jornal Público, para a emissora de TV RTP e para a rádio Antena 1.
A se confirmar esse cenário, o vencedor, seja qual partido for, terá que recorrer a coalizões. A sonhada maioria absoluta, que o governo anterior, do ex-premiê António Costa, havia conquistado, deve ficar para trás. O Chega, de extrema direita, tem 16% pela pesquisa da última sexta. Analistas políticos do país apontam que uma coalizão do Chega com a Aliança Democrática é possível —o que seria a estreia do partido radical em um governo de Portugal.
A AD agrupa o Partido Social-Democrata (PSD), de centro-direita, e mais duas siglas conservadoras. O Chega poderia integrar a nova gestão do país no caso de que nenhuma das duas siglas que lideram as pesquisas consiga formar governo —o que vem sendo apontado pelas principais pesquisas de opinião e pode jogar Portugal de volta ao modelo da “geringonça’, com um governo formado por diferentes siglas.
Luís Montenegro, presidente da AD e da direita moderada, resiste a uma aliança com o Chega. Mas o presidente da legenda de extrema direita, André Ventura, tem dito que conta com apoio dentro da AD para chegar um acordo em um eventual novo governo. No caso de uma vitória do Partido Socialista, de esquerda, as chances de uma coalizão com a extrema direita são praticamente nulas.
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