BRASÍLIA - O ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Marcelo da Silva Vieira -, foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira, no Rio de Janeiro.
A operação está ligada ao caso das joias sauditas. A PF apreendeu o celular de Marcelo. A defesa do ex-chefe do gabinete ainda não se manifestou sobre a ação.
No mês passado Marcelo Vieira prestou depoimento à PF e disse que Bolsonaro havia participado de um telefonema sobre um ofício feito pelo braço direito, o tenente-coronel Mauro Cid, para tentar resgatar as joias sauditas apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
Naquela ocasião ele prometeu entregar o celular para uma perícia, mas alegou que não poderia deixar naquele momento porque estava atrasado para um voo comercial. A PF aceitou. Posteriormente, contudo, ele mudou de ideia e decidiu não mais entregar o aparelho de forma voluntária.
Foi o que motivou a PF a solicitar a apreensão do celular na Justiça. O primeiro pedido foi negado. Um segundo pedido formulado por meio de recurso, foi aprovado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).
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WhatsApp
O servidor afirmou no seu depoimento que, em dezembro de 2022, Cid pediu para ele assinar um ofício que seria enviado à Receita para solicitar a incorporação dos bens aprendidos pela Presidência. O pedido foi feito por meio do whatsapp.
Depois do acordo, Cid enviou ofício para Vieira em 27 de dezembro, às vésperas de Bolsonaro deixar o governo e partir para os Estados Unidos, e em meio à operação casada entre o gabinete de Bolsonaro e a chefia da Receita Federal para recuperar as joias.
Vieira se negou a fazê-lo. Depois disso, os dois falaram ao telefone sobre o assunto – Vieira disse à PF não se lembrar quem fez a ligação.
Durante o contato, ele contou à PF que “Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao presidente da República essa situação e por que não poderia assinar”.
Vieira afirma, então, deu explicações técnicas sobre a impossibilidade e que Bolsonaro disse “Ok, obrigado”.
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