BRASÍLIA - O corte da verba para o Censo 2021 foi decidido pelo Congresso Nacional, disse hoje (28) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, os parlamentares tomaram a decisão para evitar que os recenseadores transmitissem o novo coronavírus.
“Não fomos nós que cortamos o Censo. Quando houve o corte no Congresso, a explicação que nos foi dada é de que o isolamento social impediria que as pessoas fossem de casa em casa transmitir o vírus. Porque é físico, os pesquisadores vão de casa em casa. Então, me pareceu que essa é uma explicação. Vou me informar a respeito”, afirmou Guedes na portaria do ministério.
Guedes fez o comentário poucas horas depois de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) conceder liminar determinando a realização do Censo 2021. Para Marco Aurélio, a Constituição determina a realização do recenseamento.
“Defiro a liminar, para determinar a adoção de medidas voltadas à realização do Censo, observados os parâmetros preconizados pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], no âmbito da própria discricionariedade técnica”, informou o ministro do Supremo na liminar, pedida pelo governo do Maranhão.
Na semana passada, o Ministério da Economia informou que o Censo, que havia sido adiado para este ano por causa da pandemia de covid-19, não será realizado por falta de verba. Inicialmente, estavam previstos R$ 2 bilhões para a realização da pesquisa, mas, durante a tramitação da lei orçamentária no Congresso Nacional, os parlamentares deixaram R$ 53 milhões, inviabilizando a realização da contagem populacional.
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