Cinema brasileiro

Divulgada carta para regulação antirracista do streaming

Comunicado expressa posicionamento do audiovisual negro para que o projeto de lei seja aprovado com medidas de reparação histórica.

Evandro Júnior / Na Mira

Atualizada em 19/05/2024 às 11h59
Comunicado expressa posicionamento do audiovisual negro para que projeto de lei seja aprovado (Foto: Divulgação)

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) emitiu  carta solicitando ao Parlamento uma atenção especial à regulamentação do VoD (Video on Demand ou Streaming). 

O apelo é para que o PL 8.889/17, projeto que será votado na Câmara dos Deputados visando essa regulamentação, leve em conta a oportunidade única e histórica de promover uma reparação do racismo – estrutural e institucional – que ainda persiste no mercado audiovisual brasileiro e, consequentemente, no imaginário nacional. 

Para a  Associação, é urgente a reparação histórica para que a população brasileira, em sua diversidade, se veja cada vez mais nas telas, e que profissionais e empreendedores negros integrem efetivamente a dinâmica econômica do setor, com outros grupos. 

Nesse sentido, a APAN reconhece a importância da Câmara dos Deputados para a garantia e os avanços da democracia no Brasil, contando com os esforços do conjunto de parlamentares, lideranças em suas regiões e partidos, para construir uma Democracia Antirracista em um país de maioria negra.

Desde o início deste século, houve um crescimento de cerca de 700% na produção independente brasileira, resultando em um aumento significativo na geração de emprego e renda no setor audiovisual. No entanto, dados alarmantes revelados pelo Boletim GEMAA (2017) e por um estudo da ANCINE (2018) destacam a sub-representação e a exclusão sistemática de pessoas negras, especialmente em cargos de direção e roteiro no cinema brasileiro. 

Entre 1970 e 2016, a direção de filmes com mais de 500 mil espectadores em sala de cinema não incluiu pessoas negras, e apenas 10% foram dirigidos por mulheres brancas. Além disso, a discrepância é evidente na distribuição de recursos públicos. Em 2016, todas as obras que receberam incentivo por meio de recursos públicos geridos pela ANCINE foram dirigidas por pessoas brancas, e 98% dos roteiros também foram escritos por pessoas brancas.

 

 

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.