Lembrança da Copa de 1982
Mais: O voo de volta a Paris
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Era o ano de 1982 e a Espanha sediava a primeira Copa do Mundo com 24 seleções. Até 1978 o número máximo de seleções era 16.
Na Copa da Espanha, a plasticidade dos brasileiros e franceses foi superada pela força dos italianos e alemães. A seleção de 82 de Zico, Sócrates, Cerezo, Falcão e Júnior mesmo perdendo nas quartas-de-final, é considerada até hoje a segunda melhor equipe brasileira de todas as Copas.
Goleadas e partidas convincentes credenciaram o quadrado mágico de Telê Santana ao inevitável título. Mas o que seria impossível aconteceu. As seleções foram divididas em seis chaves de quatro equipes cada. Classificavam-se para a Segunda Fase os vencedores e os segundo lugares de cada grupo. As 12 equipes restantes foram distribuídas em quatro grupos de três seleções.
Classificaram-se para as semifinais os vencedores dos grupos de três equipes. O Brasil, depois de ganhar dos argentinos, só precisava de um empate com a Itália, que chegou à segunda fase sem ganhar um jogo.
Mas a estrela, até então apagada, de Paolo Rossi brilhou no amargo 3 a 2, conhecido como a tragédia do Sarriá.
O voo de volta a Paris
Na decisão da Copa do Mundo da Espanha, a desacreditada Itália superou a Alemanha e chegou a um tricampeonato com um time experiente, uma ótima defesa e Paolo Rossi.
O “Bambino D'Oro” só foi o artilheiro da Copa porque o titular se machucou e sua suspensão devido ao escândalo da loteria esportiva italiana havia terminado dois meses antes do início do Mundial.
Mesmo sendo escolhidos 18 anos antes, os espanhóis fizeram uma das Copas mais desorganizadas de todos os tempos, incluindo a falta de alojamento para este Repórter PH, que dois meses antes tinha sua reserva confirmada e paga num hotel em Sevilha.
Como não gosto de dividir apartamento de hotel com quem não tenho muita intimidade, peguei um voo de volta a Paris e lá fiquei duas semanas, antes de regressar ao Brasil.
Maranhenses na Copa de 82
Um grupo animado de maranhenses conseguiu alojamento e ficou em Sevilha. Entre muitos, estavam Fernando Sarney, Humberto Castro (de saudosa memória), os irmãos Elias e Orlando Figueiredo, Heitor Heluy Filho, que nos deixou para sempre na semana passada.
Em Paris, os maranhenses João Vicente Abreu e Maria Cândida, transformaram o seu apartamento na Place de Italy, no QG da torcida maranhense nos primeiros jogos da Seleção Brasileira.
Por lá circularam, além deste Repórter PH, o jornalista Napoleão Sabóia (de saudosa memória), Teresa Martins, que fazia sua primeira viagem à capital francesa, e Danúsio Lima, que há anos está morando nos Estados Unidos.
A Copa do Mundo 40 anos depois
Por ironia do destino, um dos torcedores mais animados dos jogos da Copa do Mundo, Heitor Heluy Filho, este ano não estará, como sempre fazia, soltando foguetes durante a estreia da Seleção brasileira na Copa do Catar.
Heitor partiu para a eternidade na semana passada (dia 18) e amanhã, logo após a estreia do Brasil na Copa, estará sendo rezada a Missa de Sétimo Dia em memória dessa grande e querida figura humana, às 19h, na Igreja de São Luís Rei de França, no Calhau, que fica em frente à residência da agora viúva Patrícia Heluy e de seus filhos Bruna, Mariana e Matheus.
Durante o jogo do Brasil contra a Sérvia, no Catar, cada fagulha dos foguetes que iluminarem os céus de São Luís estará, pelo menos para os amigos de Heitor Heluy Filho, desenhada a sutil imagem do eufórico torcedor.
DE RELANCE
Morreu o cubano Pablo Milanés
A América Latina perdeu na madrugada de ontem uma de suas vozes mais emblemáticas: morreu em Madri (Espanha), aos 79 anos, o lendário cantor e compositor cubano Pablo Milanés, fundador do movimento Nova Trova.
Voz inseparável da trilha sonora de nossa geração, o autor de Yolanda e Breve espacio havia sido internado há alguns dias em Madri.
Fundador da Nova Trova Cubana ao lado de Silvio Rodríguez e Noel Nola, Milanés sofria há vários anos de uma “doença onco-hematológica” que o obrigou a mudar para Madri no final de 2017 “para receber um tratamento inexistente em seu país”.
Nascido em 24 de fevereiro de 1943 em Bayamo (leste), Pablo Milanés abraçou com força a revolução cubana no início, mas depois se distanciou do regime e expressou críticas ao governo do país. Porém, nunca rompeu a relação que o unia a seu povo por meio de sua música.
Pablo Milanés e o Maranhão
Em 2018, o cineasta maranhense Luiz Mário Oliveira desenvolveu em Portugal um projeto inspirado na música Yolanda, de Pablo Milanés, e que, inicialmente, seria realizado naquele país tendo a cantora do mesmo nome, Yolanda Soares como atriz principal.
Mas veio a pandemia da Covid-19, Luiz Mário regressou ao Maranhão e o projeto só deverá ser retomado a partir do primeiro trimestre de 2023.
Agora, com a participação do diretor de produção Marcelo Torres em conjunto com o português João Antero, diretor de arte e cinematografia da Lusófana.
Para essa nova fase, não está descartada a participação no elenco de minha amiga portuguesa Yolanda Soares, no papel-título.
A humildade saudita
Ganhou a humildade saudita. Perdeu a soberba argentina. Triunfou a luta, o sangue no olho. Foi derrotada a indolência, a confiança exagerada. Que aula de como encarar – e de como não encarar – um jogo de Copa do Mundo, qualquer jogo de Copa do Mundo.
A Argentina teve os 10 minutos iniciais com Messi perdendo gol após jogada de Laranja Mecânica. Na sequência, gol dele, de pênalti, contando sem correr, caminhando e deslocando o goleiro. Três minutos e já tinha show.
Tudo apontava para goleada, mas aí os deuses das Copas inverteram o roteiro e assinaram uma das páginas mais incríveis da história do futebol.
A humildade saudita…2
Os sauditas viraram o jogo, empurrados pela torcida que lotou o Lusail Stadium. E se defenderam como se enfrentassem a morte. E com simplicidade, em duas linhas de quatro, mas se multiplicando no campos.
Que aula! Só ser muito melhor não basta. Tem de lutar e não olhar o adversário como tão inferior que dá para escolher a hora do golpe final.
A despedida de Messi começou da pior maneira possível. Se já dava um tango antes, imagine agora, tendo de assinar uma epopeia para não sair pela porta dos fundos da história das Copas.
Elogiado por Neymar e Tite
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Salem Al-Dawsari, o atacante que marcou o golaço, da virada da Arábia Saudita, contra a Argentina, na estreia das seleções na Copa do Mundo 2022, já foi treinado por Jorge Jesus, ex-técnico do Flamengo, quando estava comandando o Al-Hilal, clube saudita.
Al-Dawsari é um astro na equipe da Arábia Saudita, é patrocinado por uma marca esportiva e possui como ídolo no futebol o jogador brasileiro Neymar.
O atleta já foi elogiado pelo técnico Tite e por Neymar, após amistoso entre Brasil e Arábia Saudita em 2018, vencido pelo Brasil por 2 a 0.
A torcida fez a diferença
Confesso aos leitores que não sou nenhum especialista em futebol. Sou um simples torcedor, especialmente durante as Copas do Mundo. E mais uma vez estou a postos, desta vez acompanhando a Copa do Catar.
Aos três minutos do jogo da Argentina contra a Arábia Saudita, já tinha show. Tudo apontava para uma goleada, mas a Argentina resolveu treinar, certa de que faria mais gols entre bocejos.
A Arábia Saudita virou, empurrada pela torcida que lotou o Estádio Lusail.
A crença no impossível
O Catar só faz fronteira terrestre com um país: Arábia Saudita. Os sauditas invadiram o Lusail. Sua seleção chutou três bolas no gol. Duas no alvo, as duas que entraram em bonitos gols de contra-ataque. Fizeram sete linhas de impedimento perfeitas, evitando gols com auxílio do VAR.
Mas o que a fez vencer, além de organização tática e da luta, foi a crença inabalável no impossível.
Que aula! De futebol. De como fazer uma prova do Enem. De como começar em um emprego novo. De vida. De tudo. Só ser melhor não basta. Tem de focar, repetir o que foi treinado e não olhar o adversário como inferior ao ponto de escolher a hora do golpe final.
O vírus da soberba é contagioso
A Argentina entrará com a faca entre os dentes contra o México, pobre México, sob pena de eliminação na primeira fase. A despedida de Messi começou da pior maneira. Se já dava um tango antes, imagine agora, tendo de assinar epopeia para não sair pela porta dos fundos.
A Argentina pode dar a volta por cima? Sim, mas desde que esteja disposta a aprender a lição. O vírus da soberba é contagioso.
O Brasil estreia amanhã, contra a Sérvia, também com pinta de favorito. E será no suntuoso Lusail, mesmo estádio que serviu de palco para o fiasco argentino.
Cuidado, Brasil. O jogo da argentina ontem pode servir de exemplo para a seleção brasileira ir a campo sem soberba
No Catar, Fernando Sarney conversando com o ex-presidente da Argentina e dirigente esportivo Maurício Macri, e o colombiano Ramón Jesurún Franco, atual presidente da Federação Colombiana de Futebol
Prêmio para o TJMA
O Tribunal de Justiça do Maranhão conquistou o Prêmio Prata do Prêmio CNJ de Qualidade 2022, em reconhecimento feito pelo Conselho Nacional de Justiça, durante o 16º Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizado nos dias 21 e 22, na sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.
Foram analisados quatro eixos para a avaliação: Governança; Produtividade; Transparência; Dados e Tecnologia.
No Painel de Resultados do Prêmio, o TJMA ficou entre os oito tribunais estaduais contemplados com o Prêmio Prata, com 60,55%. O Tribunal ficou em terceiro lugar - entre todos os 27 tribunais estaduais - nos eixos de Governança, com 421,06 pontos, e Transparência, com 110, empatado neste último critério com outros cinco tribunais.
Cachaça e tiquira do Maranhão
O perfil do consumidor de cachaça artesanal e da tiquira está mudando.
E isso se deve ao esforço de regulamentar as agroindústrias que produzem as bebidas destiladas, às melhorias nos processos de fabricação e a ações de divulgação das bebidas made in Maranhão para o consumidor final, dentro e fora do estado.
Com o Projeto CARTIMA, as marcas maranhenses de cachaças, tiquiras e gin, produzidos no Estado, ganham em qualidade e cresce a aceitação do público consumidor, que usa a bebida em drinks e pratos mais elaborados.
O Projeto CARTIMA foi criado em 2018 com o objetivo de estimular a regularização das unidades agrofamiliares que produzem cachaça, tiquira e gin em todo o Maranhão. A iniciativa é uma parceria entre o Sindibebidas, Sebrae, Senai e Fiema, responsável pela coordenação do projeto. A cadeia produtiva da cachaça, segundo a coordenadora do Projeto CARTIMA.
São Luís sofre um duro golpe
A sociedade maranhense mais tradicional sofreu um duro golpe na tarde de ontem, terça-feira, com a morte de uma das grandes damas desta cidade: Teresa Albuquerque, nascida no Ceará mas maranhense de coração.
Ela era viúva do empresário Fernando Albuquerque e deixa uma filha, Fernanda Albuquerque de Araújo Costa.
O corpo está sendo velado na sala 5 da Pax União, na Rua Grande. E o sepultamento será na manhã desta quarta-feira.
Para escrever na pedra:
“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”. De Nelson Rodrigues, cronista maior do futebol brasileiro.
TRIVIAL VARIADO
Um dos maiores ícones do rock e da música pop brasileira se despediu. Um tremendo símbolo da Jovem Guarda. Tremendão. Também conhecido como Gigante Gentil. O amigo de fé e irmão camarada de Roberto Carlos. Erasmo Carlos morreu na manhã de ontem.
No início do mês, Erasmo recebeu alta após ficar internado num hospital do Rio, com um quadro de edema. O Tremendão chegou a ser alvo de notícia falsa que afirmava que ele havia falecido no dia das eleições, mas o boato logo foi desmentido. Ele mesmo brincou com o boato de morte ao desmenti-lo: “Estou muito vivo”.
No começo do mês de novembro, Erasmo Carlos confirmou para o dia 16 de dezembro um show no Multicenter Sebrae, em São Luís, que teria produção local da cantora Flávia Bittencourt e seu pai. Com a recaída do artista, que foi novamente hospitalizado, o show nesta Capital foi cancelado. Para sempre.
Flávia Bittencourt estava no Rio de Janeiro e foi quem primeiro deu a notícia para esta coluna, antes mesmo da informação chegar às agências de notícias. Não precisa dizer que Flávia era pura desolação e emoção com a confirmação da morte do amigo e do grande ídolo de minha geração.
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