Encontro agradável no Restaurante Tasquinha

A descoberta da escrita

Estou relendo – e fazendo anotações – o romance A Descoberta da Escrita, do autor norueguês Karl Ove Knausgård, que é comparado ao “Proust” dos nossos tempos.

A obra é uma aula para aqueles que creem que o talento para escrita é inato.

Karl narra sua trajetória de escritor, cheia de altos e baixos, revelando de forma sincera aquilo que os escritores jamais deveriam esquecer: escrever não é fácil. Tornar-se escritor é sempre desconfiar daquilo que se escreve. É submeter o texto a si mesmo com honestidade.

Segundo o norueguês, a arte não tolera a arrogância do artista. Porque fazer literatura é se colocar numa espécie de servidão diante da palavra.

Não se escreve para vencer o texto. Escrevemos para sermos derrotados pela literatura.

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Isso significa dizer que o autor que leva o seu ofício com seriedade sabe que escrever é chegar à exaustão. Significa parar diante do texto e admitir: não consigo mais.

Em tempos de redes sociais, com textos rápidos, cria-se a ilusão de que elogio é crítica. Não é. O papel da crítica literária é mais profundo. A crítica ilumina o texto, o que não significa revelar apenas o que há de melhor, mas também aquilo que rebaixa ou empobrece a arte.

Um autor que não desconfia da própria escrita é um autor a caminho do fracasso, diria Karl.

 FGTS vai repassar total de R$ 13,2 bi

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) decidiu distribuir 99% do lucro líquido do ano-base de 2021. No total, serão repassados R$ 13,2 bilhões aos trabalhadores com contas vinculadas.

É o maior valor líquido desde que o dinheiro começou a ser dividido, a partir de 2017. A decisão foi tomada na sexta-feira em reunião extraordinária do colegiado.

O lucro líquido é resultante de receitas de R$ 39,3 bilhões e despesas de R$ 26 bilhões. A Caixa Econômica Federal estima que o rendimento do FGTS, somados o lucro distribuído e a remuneração normal das contas, fique em 5,83% ante os 2,99% da poupança.

Como consultar o saldo?

O trabalhador precisa fazer um cadastro com as informações pessoais e também informar o Número de Inscrição Social (NIS), que pode ser obtido nos extratos do FGTS, carteira de trabalho ou cartão do cidadão.

Em seguida, é preciso criar uma senha numérica de 6 dígitos.

É possível ter acesso ao extrato completo do FGTS por meio do site (www.fgts.gov.br) e do aplicativo da Caixa Econômica Federal, disponível para os sistemas operacionais Android e iOS.

DE RELANCE

Livros que os políticos devem ler

Há muito tempo a ciência política identificou que os políticos possuem carreira e a estruturam a partir de uma racionalidade estratégica, tendo em vista os limites e oportunidades dadas pela conjuntura.

A profissionalização política obriga a formação e a qualificação constantes dos políticos, tanto no âmbito geral quanto no partidário.

Independentemente do aspecto ideológico e de quem será ou não candidato em 2022, vale a indicação de alguns livros essenciais para que os políticos entendam os desafios que o cercam.

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Em “Brasil: uma biografia” (Companhia das Letras, 2015), as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling passam o nosso país a limpo, partindo dos principais eventos que nos marcaram, do período colonial à redemocratização.

Ajuda a entender, em especial, o quanto o povo brasileiro foi forjado por lutas sociais e revoltas, que nos colocam distantes da visão simplista de que somos passivamente felizes e inertes no processo de formação da nossa sociedade.

“Pensadores que inventaram o Brasil” (Companhia das Letras, 2013) é obra importantíssima para entender o pensamento social brasileiro, fruto de um conjunto de escritos de Fernando Henrique Cardoso, elaborados antes e durante a presidência, sobre os principais intérpretes do Brasil, aqueles que encararam a tarefa de entender o que era e o que deveria ser, de fato, um Brasil moderno.

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Foi traduzida para o português a grande obra “Os Engenheiros do Caos - Como as fakes news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições” (Vestígio, 2019) do cientista político italiano Giuliano Da Empoli.

Nela, se discute a ascensão de novos líderes conformados por máquinas de fake news e por manipulação dos algoritmos para ocupar as redes sociais com estratégias políticas ousadas, a partir da internet, mas também com viés autoritário, de ruptura com valores democráticos.

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Com o objetivo de ajudar profissionais da política a entenderem todos os aspectos importantes de uma eleição, foi lançado em 2020 o “Dicionário das Eleições” (Juruá), com 230 autores e autoras e mais de 650 verbetes.

A obra ajuda a entender questões complexas como as regras eleitorais, as ideologias políticas e temas relacionados ao dia a dia de organização e gestão de campanhas, além de debater a história da democracia no Brasil e no mundo.

Emmanuel Márcio Barbosa formalizando convite ao comentarista esportivo Galvão Bueno, da Rede Globo, para ele vir participar do Wine Celebration 2022, durante encontro dos dois, no fim de semana, em São Paulo. Galvão Bueno é sócio da Miolo Wine Group, produtora de vinhos do Rio Grande do Sul

Simplicidade e didática

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Certas classificações impressionam pela simplicidade e didática.

Uma foto, numa galeria de arte, em Minneapolis (EUA) mostrava três macacos. O primeiro deles, em posição de alerta máximo, olhando fixo para a câmera. O segundo com a cabeça apoiada no ombro do primeiro, e o terceiro com a cabeça por trás dos outros dois. E a legenda: “Existem três tipos de pessoas: as que fazem as coisas acontecerem, as que assistem acontecer e as que querem saber o que que aconteceu”.

Padre João Mohana, meu inesquecível mestre de vida, recomendava prudência em relação aos amigos, certos ou potenciais: “Existem aquelas pessoas que gostam da gente e nem sabemos o porquê, e não nos preocupamos em descobrir. Essas gostam de qualquer jeito e até quando não merecemos. São jóias que temos que preservar a todo o custo, porque sem elas sobra nada”.

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Um segundo grupo é formado por uns tipos que não gostam de jeito nenhum, e não nos preocupam porque já aprendemos que não há nada que se possa fazer para conquistá-los.

E um terceiro grupo é formado “pelos que ainda não se decidiram, e sendo assim temos que ficar de olho neles, até que se decidam”.

Numa loja de souvenir no Quartier Latin, em New Orleans, me encantei com uma placa de madeira com a seguinte legenda: “As pessoas superiores falam de ideias. As pessoas medianas falam de coisas. E as pessoas inferiores falam de outras pessoas”.

Ela desceu da parede para me fazer companhia na viagem de volta.

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De tanto viver, e convencido de que a vida sem desafios desencanta, tive a sabedoria de manter distância dos desanimados e recrutei entre os jovens aqueles que acreditavam que não podíamos permitir que as mazelas que nos rodeiam fossem limitantes do tamanho dos nossos sonhos, e que a coragem mais produtiva é aquela que se opõe às circunstâncias que os fracos atribuem ao destino.

E foi assim que encontrei três tipos de convivas, munidos de motivações contrastantes. Os que fazem, os que não fazem e não se importam que alguém faça, e os que, não fazendo, não suportam que outros façam.

Claro que ninguém deve se sentir obrigado a fazer qualquer coisa que não lhe dê prazer, e então deixemos o segundo grupo em paz.

Mas se eu soubesse o que fazer com o terceiro grupo, não teria sentido tanta falta dos conselhos do Padre Mohana.

Uma grande perda

O domingo deixou o registro de uma inestimável perda para os meios de comunicação deste estado.

Depois de lutar mais de um ano contra um câncer de próstata, o jornalista, radialista e empresário Fernando Júnior, 68 anos, foi vencido pela doença.

De toda parte são expedidas manifestações de pesar pelo falecimento desse correto profissional.

Fernando Júnior teve passagens pela Radio Educadora e pela Rádio Timbira e, em 1994, criou o Instituto Escutec, que virou referência em pesquisa eleitoral no Maranhão.

Mourão é candidato a senador

Engana-se quem pensa que estejam totalmente arranhadas as relações do presidente Bolsonaro com o seu vice, general Hamilton Mourão.

Sábado, foi com festa, apitos e vuvuzelas que a convenção estadual do Republicanos lançou a candidatura do vice-presidente da República a senador pelo Rio Grande do Sul. General da reserva do Exército, ele disputará a única vaga ao Senado que cabe aos gaúchos em 2022.

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Mourão foi recebido com ares de “pop star” na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que lotou com simpatizantes da sua candidatura. Evangélicos mandaram caravanas de ônibus de várias regiões do Estado para encorpar a manifestação.

A convenção consagrou também a nominata de candidatos do Republicanos nas eleições proporcionais.

A maioria dos candidatos falou em Deus, Pátria, Mourão e no presidente Jair Bolsonaro, nesta ordem. Grande parte dos aspirantes a políticos vestia trajes com tons em verde e amarelo. Alguns usavam faixas com as cores do Brasil enroladas no corpo.

O candidato a governador pelo PL, o deputado federal e ex-ministro Onyx Lorenzoni, prestigiou a convenção que consagrou Mourão e elogiou o governo Bolsonaro.

 Para escrever na pedra:

“Alguém está apaixonado, quando percebe que a outra pessoa é única”. De Jorge Luis Borges.

 TRIVIAL VARIADO

As interrupções das cadeias produtivas decorrentes da pandemia e a dificuldade enfrentada por empresas no Exterior para contratar funcionários são hoje a maior preocupação das fabricantes de aviões.

No capítulo: com a retomada do setor aéreo e as crescentes encomendas de aeronaves, as fabricantes passaram a temer atrasos na entrega dos produtos.

Tem mais: no fim de junho, o presidente da Airbus afirmou que, em maio, a empresa chegou a ter 20 aviões prontos aguardando apenas os motores para serem entregues aos clientes. Já o presidente da Boeing disse que o problema de falta de peças e de mão de obra não vai se resolver antes do fim do próximo ano.

Ou seja: nunca foi tão preocupante voar.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado hoje, inspira a programação do Canal Brasil nesta segunda-feira. Ao todo, o canal por assinatura exibe 28 produções em sequência – entre longas-metragens, curtas e entrevistas – dedicadas a profissionais que precisam enfrentar rotineiramente tanto a discriminação racial e social, quanto a de gênero.

Entre os destaques ao longo do dia estão uma homenagem à icônica cantora Elza Soares, que morreu no início do ano, com a exibição do show Beba-Me na Faixa Musical, no ar a partir das 14h20min.

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