Fã dos Cavaleiros do Zodíaco

Colecionador de bonecos relembra infância e destaca valores

Roberto Reis possui mais de 60 bonecos dos Zodíacos avaliados em R$ 8 mil.

Neto Cordeiro/NaMira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h35
Arte: Reprodução

SÃO LUÍS – Se você seguiu o conselho acima, já deve estar deliciando uma volta no tempo com essa trilha sonora dos Cavaleiros do Zodíaco banhada de efeitos de sintetizadores dos anos 1980. Mas, isso é só para efeito de nostalgia. O personagem principal daqui não é o Seiya, e sim, um professor universitário de São Luís que junta, desde a infância, boneco por boneco da série.

Para quem não conhece, este foi um famoso desenho japonês exibido no Brasil, pela extinta TV Manchete, entre 1994 e 1997, e reprisado algumas vezes por outros canais. Seiya é o cavaleiro órfão que protagoniza a série. Ele é esse de vermelho e prata, na foto abaixo, vestindo a armadura de Pegasus.

Roberto já gastou R$ 600 em único lote. Foto: Neto Cordeiro/NaMira.

O NaMira foi conhecer a coleção de bonecos do desenho na casa de Roberto Reis, de 26 anos. O primeiro veio quando ele tinha oito anos de idade. “Naquela época, esses bonecos eram um dos mais desejados pelos garotos. Era raríssimo ter um exemplar diferente”, relembra.

O garoto, que se divertia montando bonecos com o primo ou com os amigos da escola, cresceu. Com ele, o número de caixas de bonecos no quarto. Hoje, são 62 itens do desenho avaliados, segundo ele, em R$ 8 mil.

Esse valor reflete o cuidado e conhecimento do jovem colecionador sobre cada produto. Ele explica que, como em qualquer outro mercado, existem os originais e os paralelos ou “piratas”. Apesar de buscar, primeiramente, os originais, ele não abre de mão de comprar um item paralelo. E compara como um avaliador de mão cheia.

“Tenho um boneco fabricado em 1987. Outro já é de 2005. É o mesmo boneco, mas você nota as diferenças entre eles. Questão de fabricação, embalagem, abordagem e preço também. Isso faz muita diferença”, pondera. “O encaixe das peças de um não é tão bom quanto de outro. Um tem melhor acabamento. A peça original tem qualidade superior”, continua.

As peças são adquiridas, em sua maioria, pela internet porque muitos modelos não chegaram à capital nem na época em que a série prendia crianças e adolescente na telinha. “Para conseguir, tem que ter persistência. Sempre monitorar os preços na internet. Às vezes, está perfeito, mas não é completo. Ou está completo, mas o estado não é tão bom”, ressalta.

O professor, também, se preocupa em ter de reserva algumas peças para o caso de alguma reposição. “Já comprei de outros países. Já cheguei a pagar o preço mais caro pelo frete do que pela peça”, revela. É um trabalho árduo, mas, sobretudo, um hobby que desperta no colecionador uma sensibilidade de super-herói.

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“As crianças de hoje em dia nem dão valor nisso aqui. Isso ajuda as pessoas a se tornarem melhores. A cuidar das coisas, a dar valor. Pena que os valores têm se perdido. Antigamente, a gente se comportava o ano todo para ganhar um brinquedo. Hoje, os pais levam a criança para escolher o brinquedo”, analisa.

Roberto afirma que volta a ser criança sempre que está próximo da coleção. E, de um tempo para cá, passou a sentir, também, a necessidade de ajudar os meninos que nunca ganharam um brinquedo parecido. “Da mesma forma que, quando chega um pacote, eu dou um sorriso grande, eu também poderia fazer isso por uma criança”, aponta o professor que demonstra interesse por ações sociais.

"Isso ajuda as pessoas a se tornarem melhores. A cuidar das coisas, a dar valor. Pena que os valores têm se perdido."
Roberto Reis, colecionador

Só que este lado pueril acaba, às vezes, sendo mal interpretado e confundido com imaturidade, é o que diz Roberto. “Meus pais incentivam. Mas, têm alunos com opinião maldosa. Outros até me dão presentes relacionados aos desenhos”, comenta o professor que usa os próprios itens como material didático.

“Eu pego um item de 1987 e comparo com o paralelo de 2005. A gente estuda tudo: embalagem, composição, apresentação, qualidade, preço, quem tem mais vantagem competitiva, a arte, as fotos. Tudo isso eu uso na sala de aula”, afirma o professor da área de Marketing.

Os bonecos dos Zodíacos, ainda, disputam com as namoradas do jovem que, no momento, está solteiro à procura de uma companheira. Nesse assunto, ele é categórico: “quero alguém que, de preferência, curta isso aqui também”, frisa.

Atualmente, ele está catalogando peça por peça de sua coleção para tentar organizar tudo. Roberto, ainda, tem planos de levá-la para exposições e feiras, mas aguarda a oportunidade certa para isso.

Colecionador de bonecos relembra infância e destaca valores

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