SÃO LUÍS – Algumas paixões são à primeira vista. Outras, começam pequenas, até se tornarem algo gigantesco. Já a paixão do bancário Jorge Jansen, de 54 anos, por carros em miniatura, começou há oito anos, como hobby. E, para ele, entende-se hobby como paixões intensas e de absoluta entrega entre todos os itens que já viraram objeto de coleções nas últimas três décadas.
“A primeira coleção”
Há mais de 25 anos, Jorge Jansen iniciava o seu primeiro hobby, ligado aos peixes ornamentais. O relacionamento durou vários anos – e, inclusive, virou loja. O amor, porém, de tão grande, ultrapassou os limites, segundo brinca o bancário. “Meu hobby era relacionado a peixes ornamentais, aquários. Gostei tanto que foi crescendo e acabou se tornando uma loja. Aí, de tanto que movimentei com a área, hoje não tenho vontade de mexer de novo”, comentou em entrevista ao Imirante.com.
“Me perguntam porque eu não comercializo meus carros. Eu respondo categoricamente: ‘a última vez que comecei a comercializar o meu hobby, perdeu a graça’Jorge Jansen
Mudanças
Com a “desilusão” da primeira tentativa, Jorge Jansen decidiu, em 2008, trazer algumas mudanças para a sua vida. Vindo de Codó para São Luís, ele começou a comprar os seus primeiros carrinhos – segundo conta, os modelos iniciais eram comuns e fáceis de encontrar à venda. Anos antes, ele revela que havia pensando em outras soluções para o seu amor pelo colecionismo. “Se eu pudesse, colecionava mais coisas. Já cheguei a comprar aviões de metal. Gosto de canecas, carros em outras escalas, etc. Coleções de pins de metal já pensei também. Mas sei que não dá pra colecionar tudo”, revelou.
Carros em miniatura
“Não me lembro qual. Foi um desses [carrinhos] mais comuns. O que me motivou a comprar foi algo dentro de mim. Essa vontade escondida. Acho muito legal colecionar”, comentou Jorge Jansen sobre a sua primeira compra. De lá pra cá, somam-se mais de 300 carros em miniaturas, divididos em estantes, quatro gavetas e muito amor. Entre as coleções, estão carros famosos dos anos 1960 e 1970, além de alguns itens temáticos, como modelos baseados em veículos utilizados em filmes e franquias como 007, Ghostbusters (a animação), As Panteras, entre outros.
Das centenas espalhadas pelo quarto de sua casa, apenas 15 delas estão fora da embalagem. “Algumas eu ganhei, outras já vieram fora. Teve umas que o próprio fabricante não tinha uma embalagem adequada. [Ela] vinha em plástico bolha”, disse Jorge, ao ressaltar que prefere guarda-las da mesma forma que as compra.
Entre os orgulhos da coleção, estão itens que tiveram “apenas” 900 modelos espalhados por todo o mundo.
Outras habilidades
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Paralelo ao mercado de colecionar, o colecionismo de Jorge Jansen serve, também, para impulsionar outros dois hobbys no bancário: um deles é a customização da miniatura. “É possível trocar os pneus e, a partir de técnicas de composição, tirar a pintura original e fazer uma pintura personalizada’, disse. Já o segundo é o pensamento de participar do mercado de dioramas, onde é possível construir pequenas maquetes – que incluem de postos de combustível à oficinas e pistas de corrida. “Fico esperando o dia que em que eu terei paciência pra fazer isso”, brincou Jorge Jansen, que considera, ainda, ter habilidades apenas elementares.
Revenda? Nunca!
A ambição de comprar por um preço pequeno e vender por um preço maior não existe na vida do bancário. Apesar de gostar da ideia de que, com o tempo, as miniaturas tenham o seu preço valorizado, vender por preços altos nunca esteve nos planos dele. “Acho interessante que os carrinhos valorizem seus os preços. Mas o que mais gosto é de acertar na compra”, comenta.
O acerto no “primeiro encontro”, para ele, é fundamental. “Comprar em um preço bom, conseguir um frete bom e torcer pra que as taxas sejam generosas, é a compra perfeita”, revela Jorge, que monitora alguns sites e vendedores ao redor do mundo. Entre os países que ele fica de olho, estão Estados Unidos, Japão e alguns da Europa.
Ele conta que algumas compras internacionais já demoraram, até, dois meses para chegar, mas que sempre teve sorte. “Nunca me arrependi de nenhuma compra até hoje. Sou bem específico na hora de comprar. Hoje tenho uma lista com 17 miniaturas que quero comprar. Não tem como ter arrependimento. Já escolhi as que quero. Se eu comprar seis miniaturas hoje, pode ter certeza que são seis desta coleção”, afirmou.
Amor em família
Longe da prática comum entre os colecionadores de revender alguns itens ao longo dos anos, Jorge Jansen já tem um capítulo definido para a sua coleção nas próximas gerações: dar todos os carrinhos aos filhos.
“Hoje, eu penso que quem vai tomar de conta delas (das miniaturas) são meus filhos. É uma expectativa que a gente cria. Meu filho, de vez em quando, eu dou um carrinho pra ele. Já dei um do [seriado] Supernatural e um trailer da [série] Breaking Bad, por exemplo”, comentou o colecionador.
"(...) Ou algum neto. Eu acharia muito bacana se eu ainda tivesse um avô vivo e ele me desse uma coleção dessa, com vários carrinhos dos anos 1970, 1980. Seria maravilhoso. Hoje, meu sonho é ser esse avô”, concluiu.
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