Especial Colecionadores 2

Com sangue italiano, jornalista mantém tradição familiar

Giovanni Spinucci herdou paixão pelo Palmeiras e hoje tem 30 camisas do clube.

Ana Beatriz Santos / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h33
(Foto: Ana Beatriz Santos/Imirante.com)

SÃO LUÍS – Cada torcedor tem seu modo único de exibir a paixão que sente pelo time de futebol. Desde tatuagens a coleção de itens relacionados à equipe, vale tudo para demonstrar o orgulho e amor pelo clube. É o caso do jornalista Giovanni Spinucci, 29 anos, que possui um acervo com mais de 30 camisas do Palmeiras.

Natural da cidade de Jundiaí (SP), o apresentador do JMTV 2ª edição mora em São Luís há 13 anos. Descendente de italianos apaixonados pelo time, ele ganhou sua primeira camisa do Verdão em 1990.

Mas essa história começou há 60 anos, com o bisavô materno de Giovanni. Vittorio Spinucci era fanático pelo Palmeiras, que naquela época tinha o nome de Palestra Itália. Foi ele quem ensinou o pai do jornalista, Luiz Carlos Spinucci, a torcer pelo time.

“Meu avô era aquele italiano tradicional, que a noite sentava na cadeira, naquela época televisão não tinha, e ficava com radinho ouvindo o jogo do Palmeiras e eu sentado no colo dele”, relembra o aposentado de 66 anos.

Desde então, a paixão de Luiz Carlos só cresceu e o motivou a colecionar camisas do clube, costume que ele fez questão de repassar para o filho Giovanni. “A coleção começou com o pai e eu fui herdando. Desde cedo sou palmeirense por causa dele e da família inteira, todo mundo palmeirense. Meu pai sempre teve esse costume de ir a jogo, ir a estádio, comprar a camisa e isso foi passando para mim. As mais antigas são todas dele. Ele muito cuidadoso com isso daí, sempre guardou com muito carinho e foi passando para mim e eu fui mantendo esse costume, tanto que sempre que sai camisa nova, todo ano a gente está comprando”, explica Giovanni.

(Foto: Ana Beatriz Santos/Imirante.com)

Totalizando, eles já gastaram cerca de R$ 4 mil com camisas. Mas duas do acervo foram ganhas em jogos do Palmeiras. A primeira foi em 2014, presente do então goleiro do Sampaio Corrêa, Rodrigo Ramos. Em maio daquele ano, o Tricolor viajou para São Paulo, onde enfrentou o Verdão pela Copa do Brasil. O jogador prometeu e trouxe uma camisa oficial do clube paulista. Em 2015, o meia Cleitinho, também, o presenteou com a camisa do zagueiro Wellington.

Mas essas são uma das poucas com o nome e o número do jogador, pois o jornalista tem o hábito de não colocar. “Poucas têm nome de jogador. Eu tenho esse costume, não gosto de comprar com nome de jogador e número. Mas tem uma que eu estou procurando desde a Copa do Brasil do ano passado, que é a do (Fernando) Prass. Essa eu falei que vou comprar com o nome e número dele e, para mim, vai ser a primeira com nome de jogador”, conta.

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Sempre que possível, eles frequentam os jogos do time de coração. Dia 3 de abril foi o último jogo que o jornalista presenciou, contra o Corinthians, no Pacaembu. Entretanto, até hoje ele não conseguiu visitar o estádio do Palmeiras, que fica localizado no bairro Água Branca, na capital paulista. “Toda vez que eu vou eles mudam o jogo. Três vezes que eu fui lá, três vezes que mudaram o jogo”, lamenta.

Mas não é só camisa que Giovanni e o pai guardam com carinho. Luiz Carlos Spinucci herdou do avô um broche de quando o time ainda era Palestra Itália, que na época usavam no botão da camisa ou na lapela do paletó.

Possui, também, um anel comemorativo de 1942, quando o time ganhou o primeiro título como Palmeiras, que ficou conhecido como Arrancada Heroica.

“Não se sabe como o acessório chegou ao avô, pois na época eu era criança, mas eu sei que ele me passou eu era garotinho e, desde lá, eu guardo com muito cuidado” explica o aposentado.

O outro item é um broche comemorativo da Copa Rio, de 1951. Considerado raro, o acessório foi dado para pessoas que tinham destaque como palmeirense. “Esse é raríssimo. Muita gente fala ‘ah, o Palmeiras não tem mundial’, mas a Fifa já reconheceu como o primeiro campeão mundial não de competição da Fifa, mas do mundial interclubes, que foi a Taça Rio, em 1951. E esse é um broche comemorativo da Taça Rio”, ressalta o jornalista.

(Foto: Arquivo pessoal / Giovanni Spinucci)

Até pouco tempo, eles não sabiam da importância do broche. Certo dia, Giovanni o pegou para limpar e viu que tinha alguma coisa escrita embaixo da sujeira. Com a ajuda de uma lupa, ele descobriu a frase “Campeão dos Campeões”.

“Camisa, muita gente tem. Evidente que não somos os únicos e tem gente que tem muito mais que nós. Agora essas preciosidades eu acho que dá para contar nos dedos os palmeirenses que têm”, se orgulha Luiz Carlos Spinucci.

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