Crítica

Crítico sobre Que horas ela volta?: "um registro histórico"

Filme conta com direção e roteiro de Anna Muylaert. Regina Casé está no elenco.

Em Cartaz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h39
(Divulgação)

Deixe-me profetizar: para as próximas gerações, Que horas ela volta? será não apenas destaque no grande acervo do cinema brasileiro, mas também um registro histórico do anacronismo abusivo da relação contratual existente em parte dos lares de classe média e alta entre patrão e empregado doméstico – ou secretária do lar, nome pomposo com que designam esses profissionais, mas que não maquia a condição penosa de sua vida e de seu labor. Para afirmar isto, não preciso ter bola de cristal, nem me apoiar nos (muitos) méritos do novo trabalho da diretora e roteirista Anna Muylaert, e sim na capacidade desta obra de amadurecer e sobreviver à dialética proposta pela evolução social ao longo do tempo, como as mudanças legislativas recentes que enfim deram a essa classe de trabalhadores a dignidade que antes lhes havia sido suprimida.

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