MARANHÃO - Foi lançado, nesse domingo (17), o segundo episódio de uma série de cinco documentários sobre a festa do Divino Espírito Santo de Alcântara, uma das maiores e mais importantes manifestações profano-religiosas do Estado.
O projeto faz parte da campanha Conexão Cultural, lançada por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), com o propósito de levar cultura e lazer às pessoas em tempos de isolamento social. E incentivar a produção artística durante a crise sanitária, abrindo assim frentes de trabalho para centenas de profissionais que em função da crise tiverem seus campos de atuação reduzidos.
Um dos convidados a participar do segundo episódio, Nailto Lobato, guia de turismo e empreendedor na cidade de Alcântara, destacou a importância da série nesse período de isolamento.
“Em Alcântara nós nos doamos muito na questão de preservar a história e guardar as tradições, e a Festa do Divino é um enlace, consegue motivar a todos. Esse ano como não teremos a festa, a série surge como um canal relevante, uma forma de continuar atraindo pessoas para conhecer a nossa cultura”, destacou Lobato.
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Enquanto o primeiro episódio aborda questões históricas do festejo, o segundo apresenta aspectos fundamentais do processo de execução da própria festa. Detalhes que podem passar despercebidos para o observador comum, mas que são de importância crucial na dinâmica da manifestação, repleta de detalhes e complexidades. Como, por exemplo, o buscamento e levantamento do mastro e abertura da tribuna, rituais que marcam o início das comemorações.
O documentário registra as alvoradas. As visitas às casas de mordomos-régio e Imperador, figuras chaves desse império idealizado, que durante a festa ganha forma por força da imaginação, criatividade e fé do povo alcantarense. E resgata o papel fundamental das caixeiras, as velhas senhoras que nas alvoradas, nos cortejos, nas missas celebrados ao Divino, fazem soar seus tambores, ou caixas, dando o tom e o ritmo das comemorações.
Manifestação marcada por cânticos, cores e devoção, a festa do Divino Espírito Santo de Alcântara deve também sua força e tradição, como mostra o documentário, à sua icônica culinária repleta de sabores marcantes. Uma mesa farta, na qual se destaca, entre diversos outros itens, os deliciosos licores de frutas e os doces de Espécie, cujo nome tem uma explicação curiosa. Trazido pelos colonizadores portugueses, reza a lenda que inicialmente eram chamados de Doce de Especiarias, por conta do cravinho que, junto ao coco ralado e açúcar, faz parte da receita.
A série de documentário conta com depoimentos de pessoas que conhecem profundamente a manifestação. Vale lembrar ainda que, por conta da pandemia, a Festa do Divino de Alcântara não acontecerá este ano, tendo sido transferida para 2021.
Saiba Mais
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