MARANHÃO - Começa nesta quarta-feira (17) a maior manifestação cultural da cidade de Alcântara, a Festa do Divino Espírito Santo. Rica em significados e religiosidade, a festa é uma experiência de resistência e força da comunidade. Serão 12 dias de festa com uma programação religiosa e cultural promovida pela Associação do Divino e da Cultura de Alcântara.
A festividade percorre os becos, as ruas antigas e os casarões de Alcântara. Missas, hasteamento de mastros, ladainhas, alvoradas das caixeiras e cortejos que percorrem ruas, ladeiras, becos e casa dos moradores do município marcam o festejo. Um dos pontos altos da festa é realizado no salão nobre do Palácio Imperial de Alcântara, onde é montado um altar para apresentação dos membros da corte.
Essa pungência cultural leva milhares de visitantes da capital e de outras cidades ao município para prestigiar a festa que mistura o sagrado e o profano, além de exaltar figuras simbólicas como mordomos, caixeiras e a imperatriz do festejo.
A programação cultural desta quarta-feira (17) começa com a chegada dos mordomos e músicos ao Porto do Jacaré, às 7h30. Às 9h, ocorre o hasteamento da Bandeira do Divino e o toque do Hino Nacional; e às 15h, o levantamento do mastro do Imperador João Carlos Cantanhede. A partir de então, a Festa do Divino está oficialmente iniciada e só termina no dia 29 deste mês, com a entrega dos postos aos novos mordomos e mordomas. Os preparativos para esta grande festa são realizados ao longo do ano e toda a cidade se envolve na organização, seja nas decorações, preparação dos doces, comidas, bebidas ou na recepção aos visitantes.
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Este ano, a festa destaca a figura dos mestres-salas que são os coordenadores da festa. São pessoas que têm uma tradição secular trabalhando na organização, nos bastidores da festa, e se tornando, também, segundo Jedson Coelho, um dos personagens principais da manifestação cultural.
Festa tradicional
No Maranhão, segundo historiadores, o culto ao Divino Espírito Santo teve início com os colonos açorianos, portugueses e seus descendentes, que desde o início do século XVII chegaram para povoar a região. A partir de meados do século XIX, a tradição da Festa do Divino começou a ser enraizada entre a população da cidade de Alcântara, de onde se espalhou para o resto do Maranhão, tornando-se muito popular entre as diversas camadas da sociedade, especialmente as mais pobres.
Entre os elementos mais importantes da Festa do Divino estão as caixeiras, senhoras devotas com o encargo de tocar caixas e entoar cânticos, repetidos de forma memorizada ou improvisados, em louvor ao Divino Espírito Santo, acompanhando todas as etapas da cerimônia.
Saiba Mais
- Após dois anos, Alcântara se prepara para a Festa do Divino
- Último episódio da série Divino Maranhão destaca celebração da festa em outros Estados
- Liberado 2º episódio da série sobre a Festa do Divino
- Série de vídeos sobre a Festa do Divino de Alcântara é lançada
- Festa do Divino terá missas, shows e distribuição de comidas
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