RIO DE JANEIRO – “Não existe fã mais fiel que o metaleiro”, comentavam algumas pessoas em conversas aleatórias na Cidade do Rock. Na 13ª edição do Rock In Rio, esta frase fez todo o sentido. Principalmente se aplicada no último dia do festival, que contou com a maior plateia vista no palco secundário, só empatando com a apresentação do The Offspring no segundo dia de evento.
Um bom line-up e a uma fraca escolha para abrir o Palco Mundo (com o Kiara Rocks) deu, ao Palco Sunset, mais uma oportunidade de ser os “ovos de ouro” do festival. Tanto ganhou méritos com a excelência de todos os sete dias (e, principalmente, deste último) que, em 2015, será maior, abrangendo a área em que, hoje, fica a Montanha Russa.
Em seu último dia, o poder metaleiro iniciou com a dobradinha de André Matos e a banda Viper. A fidelidade dos fãs foi vista desde a abertura dos portões: filas longas demonstraram que grande parte do público planejava acompanhar as atrações do domingo desde o começo. Contrário aos demais dias, onde a plateia seguia escassa até às 16h, André Matos e seus ex-companheiros de banda contagiaram de forma exemplar, começando com “Liberty” e “I Will Return”.
Mas foi nas homenagens que o show mostrou sua eficiência. A lírica “Fairy Tale”, do Shaman, deu vez às pancadas de “Lisbon”, “Angels Cry” e “Carry On”, do Angra, garantindo coros, urros, rodas, moshs e uma boa recepção dos “headbangers”. A sequência de canções do Viper, com destaque para “Prelude To Oblivion”, seria um dos pontos altos da apresentação, se ela ainda não contasse com a vibrante homenagem ao Queen em “We Will Rock You”.
A segunda apresentação mostraria o encontro entre o thrash e o death metal. Destruction, direto da Alemanha, e o Krisiun, direto de solos gaúchos, mostraram, juntos, o vigor das batidas agressivas do metal. Com som brutal, muitos foram à loucura com as pegadas de “Curse The Gods”, “Nailed To The Cross” e “Bestial Invasion". Mas bastou o Krisiun adentrar o palco que a reprodução de suas canções não saiu por menos.
Músicas como “Kings Of Killing” e “Vicious Wrath” dominaram uma parcela da cidade mais roqueira do Rio de Janeiro. O fim, com “Total Disaster”, reforçavam a presença daqueles grupos no Sunset.
No terceiro show, um clima de reecontro: Kai Hansen rememora os bons tempos de Helloween ao lado do grupo em cima do Palco Sunset. O grupo de power metal alemão, comandado por Andi Deres, fez de tudo para que o público ali se divertisse, com os já clássicos pedidos de empolgação e as tentativas de falar em português. Mesmo assim, problemas com o som não ajudavam a banda.
Intempéries à parte, foi o êxito com que canções como “If I Could Fly”, “I’m Alive” e, principalmente, “Power”, garantiram um dos melhores coros do palco secundário. Mas a entrada de Kai Hansen garantiria, ainda, boas surpresas. “Dr. Stein”, “Future World” e “I Want Out” fecharam o repertório.
A noite agitada teria, ainda, uma mistura brazuca bem divertida. Zé Ramalho e Sepultura, chamados pelo guitarrista Andréas Kisser de “Zépultura”, brindou aos fãs com uma surpresa não pela distinção de estilos, mas pela forma com que clássicos do disco “Roots”, do Sepultura e canções mais acessíveis de Zé, como “Admirável Gado Novo” se mantinham vivas no palco.
“Tocaremos ‘Ratamahata’, mas não dá para exigir mais músicas do Sepultura pro Zé Ramalho”, brincou Andreas Kisser durante coletiva na última quinta-feira (19), antes do Sepultura subir ao Palco Mundo com o grupo francês Tambours du Bronx. Não deu para exigir, mas a versão saiu diferente, claro, mas agradável.
“Spit” e “The Hunt” lembravam que a tarde havia sido dominada pelo metal no palco secundário. Mas canções como “Da Lama Ao Caos”, do Chico Science, “Em Busca do Ouro”, do Andreas e “A Dança das Borboletas”, do próprio Zé, conseguiram ecos da multidão que foi fiel, do começo ao fim, ao Palco Sunset, neste domingo.
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