SÃO PAULO - Especialistas são unânimes em dizer: quem está interessado em prestar concurso público tem que saber as regras do jogo. E todas elas estão no edital. Por isso, é de fundamental importância que o candidato leia o regulamento várias vezes, antes e durante a preparação até a última etapa do certame.
Para Sylvio Motta, professor de direito constitucional e editor da área de concursos da editora Campus/Elsevier, o primeiro passo é saber se o candidato tem o nível de escolaridade mínimo exigido para o cargo pretendido. Muitas vezes, ele se interessa pela vaga oferecida, mas só depois que pagou a taxa de inscrição se dá conta de que não se encaixava no perfil.
“Há casos de candidatos que passam em concursos e acabam se frustrando porque não concluíram o nível de escolaridade exigido até o dia da posse”, afirma.
A mesma atenção tem de ser dada para os pré-requisitos como idade e nacionalidade. Outro ponto importante é estar em dia com as obrigações eleitorais e militares (este último para candidatos do sexo masculino). No caso dos concursos da área de segurança, é essencial estar atento à altura e peso exigidos, além de estar preparado para os testes de capacitação física, que geralmente envolvem corrida e flexão de braço na barra.
“Não adianta o candidato tentar desqualificar o edital. Decisões judiciais favoráveis a recursos só são obtidas se os critérios questionados não forem objetivos”, diz.
Motta alerta para os concursos de nível superior que têm provas de títulos, em que o candidato acumula pontuação de acordo com a quantidade de títulos acumulados, como diplomas de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, cursos de extensão universitária e publicação de obras e artigos.
“O candidato vai bem na prova objetiva e, quando chega na segunda fase, que é a de títulos, ele pode colocar a vaga em risco porque não teve tempo hábil de reunir toda a documentação”.
No caso de concursos para áreas de tribunais e Ministério Público, o candidato deve providenciar com antecedência os documentos que comprovem a experiência exigida em atividade judiciária.
O professor de direito constitucional ressalta ainda que o candidato deve prestar atenção para os locais onde serão realizadas as provas, que podem envolver despesas de viagem que pesam no bolso. “O candidato muitas vezes descobre depois da inscrição que não tem dinheiro para viajar e perde a prova”.
Escolha da carreira
Carlos Alberto De Lucca, coordenador geral do curso preparatório Siga Concursos, diz que um ponto importante do edital é a descrição da carreira. “Se o candidato escolhe uma carreira com a qual tem afinidade, ele tem mais motivação para estudar”, diz.
Além disso, na escolha do cargo deve-se prestar atenção para onde as vagas são destinadas, o que pode representar para o candidato mudança de cidade ou de estado.
Para Thiago Sayão, diretor de planejamento do curso preparatório Meta Concursos, antes de escolher o cargo é importante o candidato conversar com pessoas que trabalham naquela função para saber se é aquilo mesmo que ele quer.
Outras alternativas são fazer pesquisas na internet sobre a carreira ou assistir a palestras de profissionais chamados para falar de carreiras em cursinhos preparatórios. “Nos editais geralmente as explicações são genéricas e sucintas”.
Edital anterior
Escolhida a carreira, o próximo passo é verificar as matérias previstas para cair no concurso. Sayão recomenda que o candidato leia editais de concursos anteriores que incluam a carreira escolhida para que ele possa se preparar antes da publicação do regulamento do concurso que será prestado. O candidato pode acessar editais anteriores em sites de organizadoras de concursos.
Com isso, o candidato pode começar a estudar as disciplinas básicas do exame, cujo conteúdo geralmente não é modificado. Aí quando o edital do concurso sair, o interessado deve se concentrar nas matérias específicas - as que são diretamente relacionadas com a carreira prestada. Geralmente o prazo entre a divulgação do edital e a aplicação das provas varia de 45 a 90 dias, segundo De Lucca.
Conteúdo programático
De Lucca salienta que o candidato deve prestar atenção redobrada ao peso e à quantidade de questões de cada disciplina. Com a publicação do edital, ele recomenda que a disciplina com peso 2 deve ter o dobro da dedicação do candidato do que uma disciplina de peso 1, assim como as matérias que tenham maior número de questões.
“Mesmo que o candidato ache que domina aquela disciplina, dependendo da importância dada a ela pela organizadora do concurso, o candidato deve priorizá-la”.
Outro ponto importante é a forma como é feita a prova objetiva. "Se for de múltipla escolha, o candidato deve escolher uma alternativa, e nesse caso ele até pode 'chutar' a resposta. Mas se for de certo e errado, uma resposta errada anula uma certa. Em caso de dúvida é melhor não 'chutar'", recomenda.
"Quem não tem o hábito de ler os editais, além de correr o risco de escolher uma função incompatível com o perfil, pode ainda perder a inscrição do concurso ou se preparar de forma inadequada", resume De Lucca.
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