Se escaparmos com vida dessa pandemia do coronavírus, que já ceifou mais de 600 mil brasileiros, certamente vamos nos acabar em brigas nas redes sociais.
Não sei você caro leitor, amiga leitora, mas tenho mais de uma centena de WhatsApp, sendo que devo ter umas duas dúzias que são grupos, formado por: família, filhos e noras, outro dos irmãos, um outro dos primos e tios, um do condomínio, de ex-colegas do colégio, dos ex-colegas da faculdade, um grande dos colegas do cursos de jornalismo, que procriou, tem mais três sub-grupos. Faço parte de um grupo enorme, com colegas de todo o Brasil, de aposentados, homens e mulheres, onde sou o mais novo, aos 62 anos.
A maioria dos grupos, me adicionaram e fui ficando. De alguns já sai, pois sou que nem minha saudosa mãe dizia, “os incomodados que se mudam”. Quando me incomodo, saio, sempre à francesa, sem alarde.
Nestes dias, tenho acompanhado as discursões sobre os nossos idolatrados políticos, e com o mundo cada vez mais rachado ao meio, as querelas se exacerbaram.
Em agosto, o ex-presidente Luiz Inácio fez um périplo pelo Nordeste, inclui vindo à nossa querida Ilha do Amor. Em um final de semana, já em Fortaleza, ele juntamente com a noiva Janja, tiraram uma foto, iluminados pela bela lua que brilhava no céu. Foi só postar nas redes sociais, para começarem as contendas.
Lula em calção de banho,-tenho preconceito em chamar sunga, para mim ainda indumentária feminina. Pois bem, Lula postou sua foto, e um gaiato, postou a fotografia de Bolsonaro, também em traje de banho. Pronto, estava armado o espetáculo. Circo armado, começaram os comentários sobre o volume por baixo de cada calção de banho. Os seguidores da seita lulista a exaltar as qualidades físicas do ex-presidente, que ao 75 anos, não atleta, estava melhor do que Bolsonaro, nove anos mais novo, se gaba de ser ex-atleta, está mais mucho, pelo menos nas fotografias expostas nas redes.
Mas a turma da seita bolsonariana, arguiu que Lula anda com um fotógrafo a tira colo, que por dever de oficio, escolhe melhores ângulos, melhor luz, essas coisas que só os profissionais sabem.
Até jornais tidos como sérios, colocaram em pauta. Um grande jornal do Sul, entrevistou educadores físicos que ensinaram como ter coxas fortes e rígidas como a do ex-presidente.
Nos grupos que faço parte, vejo os quiproquós pelos políticos, que nem sabem da existência dos que estão brigando por eles. Passa o tempo, a ciência evolui, muitas coisas se modernizam, mas nós seres humanos encontramos questiúnculas para nos preocuparmos, ou melhor, nos desgastarmos. Com o mundo polarizado, tudo é motivo de brigas. Se tem uma coisa que político gosta é que briguem por ele. Vi isso quando criança no interior do Maranhão, vejo isso hoje na redes sociais, com os dois lados radicalizando.
Quase ninguém está preocupado com aquecimento global, crise hídrica, fome, pobreza menstrual, volta da inflação, violência urbana. Nas redes sociais, as atenções estão voltadas para coisas tão desprezíveis, quanto inócuas. Ainda não aprenderam que a coisa mais escassa que existe no mundo é o fator tempo. Que poderia ser melhor aproveitado.
* Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes
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