Coren emitiu 777 notificações sobre situação de profissionais
Dados trazem números desde início da pandemia; maior quantidade de denúncias recebidas pelo conselho é sobre desrespeito ao uso dos Equipamentos Individuais de Proteção (EPIs)
São Luís – Desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil, em 2020, o Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) tem realizado uma série de inspeções. Até o momento, foram emitidos 777 termos de notificação pelo órgão regulador. O maior número de denúncias recebidas pelo conselho é sobre desrespeito ao uso dos Equipamentos Individuais de Proteção (EPIs). De acordo com o Observatório da Enfermagem, 471 enfermeiros se contaminaram com a doença e 16 morreram de Covid-19, até agora.
O Coren é uma entidade autônoma de interesse público, na esfera da fiscalização do exercício profissional da enfermagem. Seu objetivo primordial é zelar pela qualidade dos serviços da profissão, pelo respeito ao Código de Ética e cumprimento da Lei do Exercício Profissional. Em 2020 e 2021, foram realizadas 969 inspeções, averiguadas 115 denúncias e emitidos 777 termos de notificação pelo conselho maranhense.
Segundo a coordenadora de fiscalização do Coren, Marina Barros, o início da pandemia foi um período difícil, especialmente, pelo desconhecimento da nova doença. “Nem mesmo as autoridades de saúde sabiam o que deveria ser feito, qual melhor tratamento, a melhor forma de se prevenir. Encontramos muitas irregularidades nesse período. O deficit de pessoal de enfermagem, que considero a irregularidade mais grave dentre as detectadas, provavelmente, fora provocada pelo adoecimento em massa dos profissionais de enfermagem”, afirmou.
Mudança
Com a chegada da doença desconhecida, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), se adaptou e mudou, com o passar dos meses, o seu manual de fiscalização. Com o decorrer do tempo, os conselhos passaram a fiscalizar somente as instituições especializadas no combate à Covid. “Recebemos muitas denúncias, especialmente, relacionadas a EPIs. Foi detectado um deficit muito grande em relação aos EPIs. Como nós não tínhamos normativas específicas, não se sabia exatamente o que deveria ser utilizado, muitos profissionais utilizavam de forma errada”, pontuou.
De abril até agosto de 2021, foram abertos 100 processos administrativos de fiscalização, mas somente em instituições Covid. Desses processos, muitos já foram arquivados, porque a instituição fechou ou por regularização da situação. “A gente continua fiscalizando da mesma forma. Desde 1 de setembro nós não fiscalizamos mais apenas em instituições Covid, estamos realizando inspeções em outras instituições também. Existe demanda para isso, tanto que as denúncias desses outros lugares estavam paradas”, disse.
Número de óbitos
Dados do Observatório da Enfermagem do Coren, apontam que no Maranhão 471 enfermeiros tiveram Covid-19 e que 16 morreram, até a última atualização do painel. De forma geral, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza o registro de casos e óbitos de profissionais da saúde. Até a atualização do dia 29 de setembro, 4.695 profissionais contraíram Coronavírus, desses 88 faleceram. O Estado entrou em contato com a secretaria para obter apenas o número de óbitos de enfermeiros – para checar se bate com o levantando feito pelo Cofen – mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Conselho Federal de Medicina
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), 844 é o somatório de todos os médicos que morreram em atuação desde o início da pandemia, no Brasil. No estado, foram 34. Esses números fazem parte do “Memorial aos médicos que se foram”, o memorial realiza uma homenagem à trajetória desses profissionais e dimensiona as perdas causadas pela doença.
Além do resgate do lado humano, contando a história dos profissionais, o banco de dados do memorial está em constante atualização, permitindo acessar as informações sobre o impacto da pandemia na população médica. O sistema mostra também os números atualizados sobre o total de óbitos, agrupando-os por sexo, mês de ocorrência, região e estado. A intenção é que as informações sejam alimentadas regularmente.⠀
SAIBA MAIS
Hélio de Oliveira Aranha Filho foi o primeiro médico maranhense que morreu em decorrência da Covid-19, de acordo com o memorial do CFM. Ele era ludovicense, tinha 70 anos e era formado pela Faculdade de Medicina de Barbacena. Entre as suas funções, estava a atuação no Hospital Municipal Djalma Marques (conhecido como Socorrão I), em São Luís (MA).
Números
777 termos de notificação
242 denúncias averiguadas
969 inspeções
Saiba Mais
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