Chegamos ao final de mais uma semana com uma comprovação: a população brasileira abraçou a vacinação contra a covid, mesmo tendo sido conturbada em diversas ocasiões. Agora mesmo, o governo se manifesta contra a vacinação de adolescentes, entre 12 e 17 anos, que não tenham comorbidades.
A medida, como era de se esperar, surpreendeu técnicos, especialistas, governadores, prefeitos e pais de todo o país. Alguns estados, como o Maranhão, continuam vacinando adolescentes com a aprovação da Anvisa – a agência sanitária brasileira. O momento epidemiológico do Brasil exige que tenhamos muitas vacinas.
Perdido em suas declarações, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou que a suspensão da vacinação para adolescentes é em razão de eventos adversos, que seriam reações à vacina. Entretanto, os dados apresentados vão no sentido oposto e apontam para suposta pressão de negacionistas, incluindo do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o próprio ministério, mais de 3,5 milhões de jovens iniciaram a imunização. Foram relatados 1.500 efeitos adversos. Contudo, Queiroga deixou escapar que 93% destes não são relativos a problemas na saúde dos jovens. A pasta alega que estes eventos são de adolescentes que tomaram vacinas que não a Pfizer, única autorizada pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).
O certo é que Bolsonaro e Queiroga não aceitaram que alguns estados antecipassem a vacinação para diversas faixas etárias. O ministro reclamou que alguns governadores “estão vacinando rápido demais”. Em recente entrevista, Queiroga disse que Bolsonaro liga para ele com frequência para se queixar da vacinação. Disse o ministro: “o presidente me cobra sempre essa questão das vacinas de adolescentes. Hoje ele me ligou e disse ‘olha aí'”.
Ao negar vacina para adolescentes, muitos lembram do trauma que foi até as vacinas chegarem ao braço de seus idosos, das pessoas com comorbidades, dos profissionais de saúde, dos adultos. O resultado foi trágico, já que milhares de pessoas, por não terem sido imunizadas, tiveram as suas vidas perdidas para a covid.
A confusão provocada pelo Ministério da Saúde sobre as vacinas para adolescentes também foi alvo de questionamentos na CPI da Covid. A comissão investiga supostos crimes cometidos pelo governo durante a pandemia, incluindo corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, prevaricação, entre outros. Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, tendo doses suficientes, crianças e adolescentes devem ser imunizados. Por óbvio, crianças e adolescentes são vetores de disseminação do vírus.
E neste domingo (19), é celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. É uma importante data para reforçar o papel que doadores ocupam na jornada de tratamento dos pacientes com leucemia. O transplante da medula óssea (TMO) pode significar a cura para diversos casos, incluindo a leucemia mieloide aguda (LMA), um dos tipos mais graves da doença.
O Brasil conta com mais de 5 milhões de doadores cadastrados e, apesar do número parecer alto, as chances de que um paciente encontre um doador compatível é de uma em 100 mil. Atualmente, a média é de 850 pessoas à espera de um doador não aparentado. Além disso, por conta da pandemia de Covid-19 e do medo de sair de casa e se contaminar, o número de cadastros de doadores despencou nos últimos dois anos. Foram cerca de 291 mil em 2019, em 2020 o número baixou para 229 mil e, até o momento, o número de cadastros de novos doadores em 2021 conta com uma média de 107 mil pessoas.
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