São Luís - Motoristas por aplicativo que trabalham em São Luís ainda não perceberam os reajustes de tarifas anunciados pela Uber. Eles dizem que a informação não procede em relação à empresa e que apenas a 99 estaria aplicando as novas tarifas, mas em algumas ocasiões e conforme os perfis de passageiros.
“Eu trabalho para a Uber e 99, mas não percebi nenhum reajuste. Pode ser que tenha havido, mas não percebi ainda. Pelo menos com relação à Uber tenho a certeza de que não houve. Já faz algum tempo que vem ocorrendo aumento da gasolina e realmente eles deveriam pensar em reajustar”, disse Wendel Guimarães, motorista por aplicativo.
Segundo informações do presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo do Maranhão, Augusto Ayres, a empresa Uber divulgou os reajustes, mas nada estaria funcionando na prática. “A empresa é excelente no que diz respeito aos procedimentos de viagens, mas com relação à gestão de pessoas, deixa a desejar e não tem transparência. É uma reclamação mundial e isso já foi discutido até em encontro na Inglaterra”, apontou.
Ayres informou, ainda, que a 99 chegou a divulgar reajuste de até 30% nos valores repassados aos motoristas, mas esse percentual, segundo ele, também não estaria sendo praticado, pelo menos em São Luís.
Os reajustes ocorreriam em um cenário de alta dos combustíveis em todo o Brasil e em meio a uma série de reclamações dos trabalhadores do setor. As duas empresas chegaram a afirmar que não haveria repasse para os consumidores, o que na opinião de Augusto Ayres é uma promessa improvável.
A 99 anunciou aumento de 10% a 25% para os motoristas parceiros, para equilibrar a plataforma oferecendo mais ganhos para motoristas e mantendo a acessibilidade do serviço. Em 2020, no auge das regras de isolamento social que reduziram o volume de passageiros em todo o país, a 99 teria investido R$ 90 milhões na geração de novos produtos que aumentassem a demanda de forma segura, gerando mais oferta e ganhos para os condutores parceiros.
Para o motorista por aplicativo Josué Ribeiro, a margem de lucro dos condutores foi reduzida em até 40% este ano. Com a alta dos custos, ele passou a preferir as corridas às quintas, sextas e fins de semana, quando a demanda é mais alta. “Em dias de semana não compensa muito, porque os trajetos são mais curtos. Mas acredito que, mesmo que haja esses reajustes, o cenário não vai mudar muito. E por isso vou avaliar se continuo ou não nesse serviço”, disse.
SAIBA MAIS
Aumento
As corridas raramente valem o valor oferecido, conforme os motoristas. A gasolina, sozinha, aumentou 27% entre janeiro e agosto deste ano, subindo quase 40% em 12 meses. O etanol teve alta de mais de 60% desde setembro de 2020. Com esse cenário, os aplicativos se tornaram pouco atraentes para ambos os lados.
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