Artigo

Se precisar, peça ajuda!

Carlos Arruza *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Você conhece a história de Mike Emme? Ele era jovem americano, conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica. Mike tinha um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo. Em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele estaria prestes a tirar sua própria vida. No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas, em homenagem a sua paixão pelo carro, com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Uma campanha, que teve início no Brasil em 2015, e que busca conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.

Cerca de 12 mil suicídios são registrados todos os anos no Brasil, mais de 1 milhão no mundo, e em 96,8% dos casos há relação com transtornos mentais. Entre as principais doenças relacionadas está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Os índices crescentes de suicídios nas últimas décadas alertam sobre a importância de falar sobre o assunto. Ainda há muito tabu acerca do tema, mas o colocar em pauta na sociedade é fator importante na prevenção, identificando sinais da ideação suicida, como ajudando a buscar ajuda.

Pode acontecer entre pessoas de qualquer faixa etária, gênero ou classe social. Casos de abuso de drogas e bebidas alcoólicas também merecem atenção. Idosos podem sofrer com a solidão, sentimento de incapacidade e falta de perspectiva no futuro, levando a ideias suicidas. Problemas financeiros também são fatores de risco. Há ainda um certo grau de hereditariedade, que a ciência não conseguiu mensurar até o momento. O apoio profissional pode ser muito importante para superar uma fase difícil ou receber o diagnóstico correto para um tratamento efetivo. Por mais complicada que seja a situação, há sempre uma saída.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) trabalha para oferecer suporte emocional e realizar a prevenção do suicídio. Voluntários ficam à disposição 24 horas para oferecer atendimento pelo telefone 188 ou pelo chat online no site. O atendimento é anônimo e realizado por voluntários que guardam sigilo.

Se precisar, não hesite em buscar ajuda.


* Ator e psicólogo (Carlos Arruza é registrado no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP 05/33478) com o nome de Carlos Francisco Pinto Silva)


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