Opinião

Desemprego e dívidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Matéria publicada nesta semana em O Estado revela uma situação que atinge milhares de pessoas no Maranhão: dívidas. Não se trata, entretanto, de um caso isolado, mas de um cenário de todo o país como reflexo da pandemia que atingiu fortemente a economia e, consequentemente, gerou uma onda de desempregos. Uma triste realidade. Segundo a Serasa, atualmente existem cerca de 62 milhões de pessoas endividadas no Brasil.

Que fique claro que o fato de uma pessoa estar endividada não representa o mesmo que estar inadimplente. Ao se comprometer com o pagamento de um valor no futuro, o indivíduo contraiu uma dívida e está endividado. Ele estará inadimplente caso não pague o valor até a data do vencimento da obrigação.

Uma pesquisa Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o nível percentual de dívidas dos consumidores brasileiros disparou e atingiu o nível recorde de 72%. Somente em julho deste ano, as dívidas bancárias e de cartão de crédito dos brasileiros lideraram, com 29%. Logo em seguida no índice total, aparecem as contas bancárias, como água, luz, gás e IPTU, com índice de 24% de endividamento dos brasileiros. No entanto, segundo especialistas, é possível fazer cálculos que ajudam a ter um consumo mais controlado.

Ainda segundo especialistas, é possível, por exemplo, pegar o valor total que é recebido de salário, em reais, e dividir o valor por 22 dias de trabalho. Depois, dividir novamente pelas oito horas diárias de trabalho. Assim, é possível calcular o valor da hora de trabalho e, tendo esse controle, dá pra saber se o consumidor consome mais ou menos do que recebe. Sendo assim, é importante que cada pessoa conheça seu estilo de vida, ou seja, mapear todas as despesas e receitas é muito importante para saber se as despesas cabem na receita

A CNC revela também que as dívidas dos brasileiros aumentaram um grande nível percentual neste ano de 2021. Nesse contexto, a proporção de famílias com dívidas está 5,5 pontos porcentuais acima de agosto do ano passado e superou em 7,8 pontos o nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Segundo a Confederação, existem alguns fatores que contribuíram para isso, tais como as fragilidades no mercado de trabalho formal e o avanço no setor informal, com elevado nível de desocupação, e a inflação elevada.

Um outro assunto importante abordado na edição de quinta-feira, 2, do jornal O Estado, diz respeito a um levantamento do IBGE que aponta 457 mil pessoas desempregadas no Maranhão. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C), a taxa de desocupação no estado chegou a 17,2% no 2º trimestre deste ano.

Conforme o órgão, esse contínuo aumento no número de desempregados nos últimos três trimestres no Maranhão mostra um mercado de trabalho se rearrumando à medida que a pandemia vai sendo controlada e quem, antes estava fora do mercado, qualificado como força de trabalho potencial (ftp) tem voltado a pressionar para conseguir um emprego, provocando elevação da taxa de desocupação.

E como a Covid-19 ainda faz parte da vida do brasileiro, uma pesquisa realizada pelo Ipec, a pedido da Pfizer Brasil, revelou que 79% das pessoas tiveram a saúde mental afetada pela pandemia de alguma forma. A maioria dos entrevistados (23%) relata que a principal causa de stress é a situação financeira difícil ou o acúmulo de dívidas, seguido pelo medo de pegar a Covid-19 (18%) e a morte de alguém próximo (12%). O levantamento revelou que os jovens de 18 a 24 anos foram os mais afetados.


Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.