Setembro chegou com uma ameaça: possível alta nos casos de Covid-19 no país e de hospitalizações. Essa situação é motivo de preocupação do Ministério da Saúde com a variante Delta, que assombra outros países que já descartavam o uso de máscaras, por exemplo. Diante disso, dados preliminares apontam para a aplicação da terceira dose de vacina – o que já ocorre em São Luís – e os primeiros resultados de reforço vacinal, no entanto, são promissores.
Diariamente especialistas alertam que a variante Delta, que é mais contagiosa, e a diminuição da proteção das vacinas na população mais idoso, a primeira a se imunizar, estão entre as explicações para a preocupação com a aceleração no aumento de casos. Vale destacar que estados e municípios avançaram na reabertura econômica e no afrouxamento das regras sanitárias.
O importante é que a luta contra a Covid-19 continua, sem tréguas. Se há poucas semanas o uso de plataformas combinadas de vacina figurava como uma incerteza entre os gestores de saúde, aos poucos ela ganha espaço nas decisões acerca do programa de vacinação brasileiro. A mais importante delas foi tomada pelo próprio Ministério da Saúde, que determinou que o regime de terceira dose nos pacientes com idade superior a 70 anos e imunossuprimidos no país não incluirá a CoronaVac — responsável por dar o pontapé inicial do programa de imunização brasileiro. Os especialistas avaliam os indicativos como importantes e positivos, mas alertam que ainda não se trata do estudo que definirá a necessidade da intercambialidade — como é chamado esse processo de combinação — das vacinas.
Embora ainda não revisada por especialistas, a análise foi realizada por pesquisadores do Centro de Excelência em Virologia da Universidade de Chulalongkorn, na Tailândia. O país é um dos que adotam o uso do imunizante produzido pela Sinovac, assim como Brasil, Chile e Turquia. A resposta mais definitiva sobre o tema — em relação à CoronaVac — será conhecida quando o Ministério da Saúde apresentar os resultados iniciais do estudo que encomendou à pesquisadora Sue Ann Costa Clemens, da Universidade de Oxford.
A análise avaliará o uso combinado de todas as vacinas do Programa Nacional de Imunização, fazendo as vezes de reforço para 1,2 mil pessoas previamente vacinadas com CoronaVac. A própria vacina da Sinovac será usada para a avaliação, como dose extra.
Uma coisa, porém, é certa: o estudo fortalece as medidas que têm sido tomadas no mundo todo. O que se espera agora são novas análises que ampliem o número de participantes e tragam novas informações em relação ao esquema heterólogo - quando há a combinação de plataformas distintas num único esquema de imunização.
Em se tratando de imunização, um estudo de pesquisadores da USP, da Uerj e da Ufrj mostra que 100 milhões de pessoas, ou quase a metade da população brasileira, ainda não estão completamente imunizadas, o que permite que o vírus ainda circule de forma acelerada.
A velocidade de crescimento tanto das coberturas de primeira dose quanto do esquema vacinal completo - aumentou consideravelmente nas últimas semanas. Embora progressivo, esse ritmo ainda é insuficiente para que se chegue à cobertura vacinal desejável, de pelo menos 90% da população imunizada com segunda dose até 31 de dezembro de 2021.
Ainda sob o impacto da pandemia de Covid-19, uma boa notícia: a taxa de desemprego no Brasil recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, depois de atingir 14,7% no período de janeiro a março. Mesmo assim, o país ainda tem 14,4 milhões de pessoas em busca de um trabalho, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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