Artigo

Boa Notícia

Lino Moreira *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Desde 2019, quando da posse do Messias Bolsonaro na presidência da República, chamo a atenção dos leitores para um aspecto “dark” da personalidade desse capitão indisciplinado e terrorista. Digo isto porque ele não respeitava, em sua época de militar da ativa, regulamentos nos quais não visse benefícios a si mesmo, ainda que fazer as coisas a sua maneira representasse ameaça à vida de outras pessoas. Certa vez, a fim de demonstrar descontentamento com o valor de seu soldo elaborou e tentou colocar em prática um plano pelo qual destruiria com bombas a represa do Guandu, destinada ao abastecimento de água a milhões de pessoas no Rio de Janeiro. Descoberto com a boca na botija, foi ameaçado por seus superiores de expulsão de sua Força. Mas, em vez disso, foi convidado a sair espontaneamente, graças ao general Geisel. Este, embora não apreciasse as atitudes Bolsonaro, avaliou ser menos vergonhoso para o Exército deixá-lo sair quieto e sem escândalos. Belo presente de grego o general nos deu!

Existem às dezenas exemplos da distorção psíquica do presidente. Eu mesmo já dei aqui diversos deles. “O erro da ditadura foi torturar e não matar”; “Ele merecia isso: pau-de-arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura. Tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também”; “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá”; “Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando com o FHC, não deixar para fora não, matando!”

O homem com essas ideias é hoje presidente do Brasil. Não vejo como não classificá-lo como sociopata. Como ditador, fuzilaria impiedosamente quem antes ele já tinha ameaçado de fuzilar. O sofrimento de seres humanos não diz nada a seus sentimento. Ou melhor, diz: provoca nele orgasmos em série. Ele contribuiu e continua contribuindo com a morte de milhares de brasileiros, ao tonar-se garoto-propaganda de cloroquina e de invermectina, apresentadas por ele às emas do Palácio da Alvorada, mas que não têm comprovação de eficácia pelos órgãos competentes e ao sabotar a aquisição de vacinas de grandes laboratórios, como a Pfizer, conhecidos há décadas no mercado e que as venderiam ao Brasil a preço razoáveis, sem intermediários. Beneficiou, em contrapartida, laboratórios desconhecidos, através de intermediários de péssima reputação, todos eles, e cercados de acusações de vendas não entregues a compradores, como o próprio Ministério da Saúde, e dispostos a pagar propinas aos santos do Ministério.

As intervenções desastradas dele na área econômica, como, por exemplo, na Petrobrás, impondo preços da gasolina e do óleo diesel produzidos pela empresa, e nos bancos estatais, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Tudo isso fez os agentes econômicos reduzirem suas expectativas de investimento e, portanto, de crescimento do PIB, de aproximadamente 3,5% em 2022 a menos de 2%. Eles finalmente se convenceram da inviabilidade do país andar a passos mais rápidos com a presença de Bolsonaro no Palácio do Planalto, como demonstrado no episódio da carta da FEBRABAN, FIESP e outras entidades. Esta recuaram da publicação da tal carta, que apenas pedia harmonia entre os Poderes, de maneira covarde, por pressão de Bolsonaro. Mas ficou a sensação de menos apoio ao governo.

Boa notícia.


* PhD, Economista. Da Academia Maranhense de Letras

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