Incêndio

Focos de queimadas aumentaram 78% em 15 dias no Maranhão

Até o fim de julho foram constatados 955 focos de queimadas; desse período até o dia 15 de agosto, subiu para 1.698 casos

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Corpo de Bombeiros tem realizado ações de combate a queimadas no Maranhão, mas focos aumentaram
Corpo de Bombeiros tem realizado ações de combate a queimadas no Maranhão, mas focos aumentaram (Queimadas)

São Luís - Em 15 dias, a Secretaria de Estrado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) registrou um aumento de 78% nos focos de queimadas no Maranhão. Até o último dia 31 de julho o registro era de 955 casos, mas daquela data até o dia 15 de agosto, já somam 1.698 focos de queimadas em todo o estado. A maior parte dos casos ocorreu no município de Mirador, com 274 registros.

Além de Mirador, de acordo com os dados da Sema, outras quatro cidades lideram em quantidade de focos de queimadas no Maranhão. Entre elas, Balsas, com 123 focos; Fernando Falcão, 110; São Félix de Balsas, 97 e Alto Parnaíba, com o registro de 58 casos.

Também foi constatado um aumento de foco de queimadas e destruição do bioma maranhense, principalmente, do Cerrado. Até a segunda quinzena do mês passado, no Cerrado, foiram constatados 877 focos, enquanto, no último dia 15, registrou um total de 1.550 ocorrências de queimadas, representando um aumento de 76%. No bioma Amazônia, antes o registro era de 72 casos e passou para 133; e do bioma Caantiga, de seis para 15 focos de queimadas.

Em relação aos pontos ambientais, os focos de queimadas passaram de 11 para 25. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foram detectados 15 focos de queimadas na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baixada Maranhense, oito focos na APA dos Morros Garapenses e dois focos na APA da Foz do Rio das Preguiças.

Até o fim do mês de julho havia 105 focos de queimadas nas Terras Indígenas no Maranhão, mas, no momento, passou a ter 129 casos. Somente nas terras Kanela, um total de 55 casos; Porquinhos dos Canela, 35; Kanela Memortumre, 12; Cana Brava/Guajajara, 11; e Arariboia, 5 focos.

Monitoramento
A Sema monitora os focos de queimadas em todo o estado do Maranhão e os dados são apresentados duas vezes por mês por meio de um relatório. Para a elaboração do relatório é feito primeiramente a obtenção de dados, por meio do Portal do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Sistema de Informações Geográficas e Banco de Dados de Focos.

Os focos são detectados pelos satélites NPP-375, TERRA_M-T, AGUA_M-T. O satélite de referência (AGUA_M-T) detecta dados diários de focos que são utilizados para compor a série temporal ao longo dos anos e assim permitir a análise de tendências nos números de focos para mesmas regiões em período de interesse.

Cada satélite de órbita polar produz, pelo menos, dois conjuntos de imagens por dia e os satélites geoestacionários geram algumas imagens por hora. Com a elaboração do Boletim de Monitoramento de Queimadas no estado do Maranhão é possível obter dados primordiais para a elaboração de estratégias voltadas para a prevenção e o controle de queimadas e incêndios florestais em todo o estado, principalmente, nas cidades que seu território possuem Unidades de Conservação Estadual, a exemplo o Parque Estadual do Mirador e nas proximidades de terras indígenas.

Sem queimadas
A Sema realizou, no último dia 19, a segunda etapa da campanha Maranhão Sem Queimadas 2021, no município de Pinheiro. A campanha, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), objetiva o combate e a prevenção de queimadas e dos focos de fogo por todo o Maranhão.

As queimadas causam a poluição do ar, dos recursos hídricos, desequilíbrio no clima de uma região, diminuição na oferta de água, destruição da vegetação, morte de animais, destruição de nutrientes do solo, queimaduras e trazem sérios problemas à saúde humana, pois pioram a qualidade do ar. Por isso, problemas respiratórios se agravam e, neste momento, com a Covid-19, elas ficam ainda mais perigosas. Pensando nisso, na ocasião, a Sema fez a doação de 69 equipamentos necessários para o combate às queimadas no município, como enxadas, foices, pás, entre outros materiais, que auxiliarão as equipes em campo dentro do programa.

De acordo com a supervisora de Combate e Controle ao Desmatamento e Queimadas da Sema, Scarleth Vieira, o Programa Maranhão Sem Queimadas é uma ação estratégica que vem sendo desenvolvida desde o ano de 2020, no qual foram realizadas cinco campanhas.

Ela também declarou que neste ano ao longo da campanha pretende fornecer orientações, sensibilizar e conscientizar a população desses municípios, as pessoas que trabalham diretamente com o emprego do fogo ou que estejam atuando no combate e controle às queimadas e incêndios florestais, bem como entidades responsáveis pela pasta de meio ambiente e, ainda, todos envolvidos na temática de queimadas.

“Essas informações devem ser disseminadas cada vez mais, buscamos atingir um grande público, uma vez que as queimadas e incêndios florestais trazem diversos impactos negativos ao meio ambiente, além de ocasionar diversos prejuízos à saúde humana, inclusive, neste período de pandemia podem acentuar a situação de pessoas acometidas pela Covid-19”, frisou Scarleth Vieira.

SAIBA MAIS

Os bombeiros militares conseguiram apagar uma queimada, no último dia 9, no Parque Estadual do Mirador. As imagens capturadas pelo satélite AQUA/MODIS detectaram grande quantidade de fumaça e concentração de calor na parte centro-oeste do parque. Em pouco tempo, os bombeiros debelaram o incêndio e realizaram o processo de rescaldo para impedir a reignição das chamas.

Cidades com focos de queimadas no Maranhão

  • Mirador: 274 casos
  • Balsas: 123 casos
  • Fernando Falcão: 110 casos
  • São Félix de Balsas: 97 casos
  • Alto Parnaíba: 58 casos
  • São Raimundo das Mangabeiras: 58 casos
  • Urbano Santos: 57 casos
  • Riachão: 49 casos
  • Loreto: 48 casos
  • Caxias: 47 casos
  • Benedito Leite: 43 casos
  • Nova Iorque do Maranhão: 33 casos
  • Parnarama: 26 casos
  • Tutóia: 26 casos
  • Codó: 25 casos
  • Barra do Corda: 23 casos
  • Matões: 22 casos
  • Domingos do Azeitão: 22 casos
  • Barão de Grajaú: 21 casos
  • Barreirinhas: 21 casos
  • Belágua: 19 casos
  • Carolina: 15 casos
  • Chapadinha: 15 casos
  • Pastos Bons: 15 casos
  • Tasso Fragosso: 15 casos
  • Passagem Franca: 14 casos
  • Sambaíba: 14 casos
  • São João do Sóter: 14 casos
  • Aldeias Altas: 13 casos
  • Amarante do Maranhão: 13 casos
  • Formosa da Serra Negra: 13 casos
  • Grajaú: 12 casos
  • Cachoeira Grande: 10 casos
  • Humberto de Campos: 10 casos
NÚMERO

1.698 focos de queimadas em todo o estado

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